Síndico incentiva a manutenção do imóvel e conhecimento como prioridades da função
“Para ser síndico não basta ser amigo dos condôminos e dispor de tempo. É preciso, antes de assumir, conhecer a convenção do condomínio, a estrutura, eleger prioridades, se aprofundar um pouco nas questões contábeis e trabalhistas. Ou seja, em razão da complexidade de informações necessárias e considerando que um condomínio ou a atuação do síndico está envolvida com vários ramos do conhecimento, técnico e jurídico, é necessário se preparar e estudar. Hoje existem vários cursos, livros, manuais, palestras, revistas e periódicos que podem contribuir e auxiliar no aperfeiçoamento”.
A opinião é do síndico Luiz Gilmar da Silva que colocou esse conceito em prática ao defender, também, como prioridade da função, a manutenção e as reformas necessárias que contribuem para a constante valorização do imóvel. Para ele, o segundo e importante cuidado que um síndico deve ter é saber escolher os seus colaboradores e os seus prestadores de serviço. “O trabalho realizado pelas administradoras é de suma importância para o condomínio e em especial para um síndico. Para tanto, a escolha é fundamental, pois é ela que vai auxiliar na contabilidade, nos recursos humanos e junto ao fisco. Com uma boa administradora o síndico e o condomínio estarão resolvendo boa parte dos problemas”, aconselha.
Ao assumir em fevereiro de 2017 a gestão do Edifício Villa dos Corais, de Itapema, Gilmar resolveu encampar a ideia dos condôminos e colocar em prática a reforma do condomínio denominada “Revitalização Villa 2020”. “Os moradores consideravam que a falta de manutenções básicas e o decurso do tempo davam sinais de que o condomínio estava com aspecto ruim e que tudo isso contribuía para uma futura desvalorização do imóvel”, garante Gilmar, relacionando a importância da manutenção de itens como elevadores, parte elétrica, telhados, hidráulica, entre outros. Mas não menos importante é a lavação, a pintura, a jardinagem e outros setores do condomínio”, argumenta.
Hoje, o condomínio está atuando em duas frentes de trabalho, uma direcionada ao calendário de manutenções obrigatórias e necessárias - com pequenas reformas e reparos. A outra, bem mais ampla e complexa, está sendo realizada por etapas em toda a área comum, programada para quatro anos. Para a realização das obras, foi feito um projeto arquitetônico e análise de custo de cada ambiente com uma chamada de capital para o custeio das reformas. De acordo com o síndico, o condomínio recebeu bem a ideia e foram escolhidos quatro condôminos que participam de uma comissão, a qual analisa os projetos, auxilia na tomada de preços, nas compras e na escolha de mão de obra.
A revitalização inclui a troca de mobiliário, troca de pisos e melhoria da iluminação nas áreas comuns das quatro torres do condomínio que têm, ao todo, 104 apartamentos. Durante este ano, as obras vão envolver reparos nas salas de jogos, de cinema e mudança do piso do primeiro andar da garagem. “Acredito que a escolha de fazer as obras em etapas têm mais envolvimento e credibilidade dos moradores, que acabam acompanhando o investimento do capital fracionado e, em consequência, os resultados”, explica.
Dinheiro recuperado
Inaugurado há 10 anos - com entrega em 2008 das torres A e B e posteriormente das torres C e D – o Villa dos Corais também passou por sérias dificuldades. “Não havia dinheiro em caixa para promover as manutenções básicas. Então, no início de 2017 - com a participação e colaboração do condômino Engênio Kirchner - resolvemos rever as contas anteriores e descobrimos que o condomínio estava sendo vítima de desvio de consideráveis valores mensais de sua receita”, explica o síndico, lembrando que os condôminos já estavam desconfiados, pois as contas do ano anterior não tinham sido aprovadas em assembleia.
“Após uma análise contábil, apurou-se um desvio de uma quantia volumosa que se realizava através da emissão fraudulenta de boletos, os quais eram pagos pelos condôminos, mas os valores caíam em uma outra conta, isso sangrava mensalmente a receita do condomínio. Felizmente a administradora reconheceu o desvio que era praticado por um determinado setor da contabilidade e se propôs a restituir o condomínio, o que foi concretizado, este ano, através de uma confissão de dívida com alienação fiduciária de dois imóveis correspondentes aos valores desviados”, destaca Gilmar. Segundo ele, um dos imóveis será vendido e o outro – uma sala comercial – será alugada.