Quando a falha humana coloca todo o condomínio em risco
Imagine acordar e encontrar uma estranha sentada no seu sofá, ao lado dos seus filhos, dizendo frases desconexas e mencionando celebridades como Luciano Huck. Parece roteiro de filme, mas foi exatamente o que aconteceu com a atriz Giovanna Ewbank. O caso, compartilhado por ela nas redes sociais, levanta um alerta importante para síndicos, moradores e administradores de condomínios: a maior ameaça à segurança pode vir do comportamento humano, e não da ausência de tecnologia.
A invasora conseguiu entrar pela porta da frente da casa graças a um vacilo de uma das empregadas do casal. Ao atender o interfone, a funcionária acreditou se tratar de uma visitante conhecida e autorizou a portaria permitir a entrada sem seguir nenhum protocolo: não pediu nome completo, não consultou os moradores, nem confirmou a identidade. O resultado? Uma completa desconhecida dentro da residência da família, próximo às crianças.
Tecnologia sozinha não resolve: o elo humano ainda é o mais frágil
Investimentos em segurança condominial nunca estiveram tão em alta. Câmeras com vídeo analítico, biometria, cercas inteligentes, portarias remotas, vigilância 24h e até o cão-robô estão sendo incorporados nos empreendimentos de médio e alto padrão. Porém, mesmo com toda essa estrutura, os dados falam por si: 75% das ocorrências de invasão a condomínios têm como causa principal a falha humana no controle de acesso. Apenas 25% se devem a falhas tecnológicas.
Ou seja, o que compromete a segurança na maioria das vezes não é a ausência de equipamentos de ponta, e sim a ausência de orientação e preparo adequado para quem lida diariamente com esses sistemas — incluindo os próprios moradores e seus funcionários particulares.
Conhecimento é proteção: a importância de se atualizar
Participo com frequência de feiras e eventos especializados em condomínios, segurança, mercado imobiliário dentre outros, justamente por acreditar que conhecimento é uma das maiores ferramentas de prevenção. Em uma dessas visitas, tive a oportunidade de conhecer de perto o funcionamento do cão-robô, uma inovação fascinante voltada à patrulha automatizada em condomínios, especialmente os horizontais.
Além de realizar rondas de forma autônoma, com câmeras de alta definição e inteligência artificial, o robô transmite imagens em tempo real para a central de monitoramento, detecta movimentações suspeitas e aciona alertas automáticos. Um dos detalhes que mais me impressionou foi a capacidade do “PET mecânico” de subir e descer escadas — algo que amplia bastante sua atuação. E apesar de ser uma máquina, o cão-robô surpreende ao executar movimentos semelhantes aos dos animais de estimação, criando uma empatia inesperada com quem o observa.
Levar essas experiências aos leitores é parte do meu compromisso com a segurança condominial: quanto mais informados estivermos, melhores decisões tomaremos para proteger nossas famílias e comunidades
Segurança começa em casa — e com cada um de nós
É essencial que moradores, síndicos e funcionários atuem em conjunto. Protocolos bem definidos devem ser seguidos à risca por todos: questionar quem está na portaria, exigir nome completo, documento, confirmação prévia de visitas, e nunca “abrir só porque a voz parece familiar”.
Além disso, treinamentos frequentes para funcionários — tanto os do condomínio quanto os das residências — são indispensáveis. Cartilhas, reuniões, campanhas educativas e a construção de uma cultura coletiva de atenção são pilares para transformar tecnologia em proteção real.
A experiência vivida por Giovanna Ewbank não foi causada por uma falha nos equipamentos. Foi o descuido de uma única pessoa, que por falta de treinamento ou excesso de confiança, colocou em risco não só uma família, mas todo um condomínio.
O recado está dado
A segurança condominial não é apenas uma questão técnica, é também uma questão de atitude. E como mostrou o episódio envolvendo Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, às vezes o perigo entra pela porta da frente — dizendo “Oi, cheguei”.