Aos poucos os ocupantes levantam as estruturas dos barracos na área invadida do Jardim Centro Oeste.
Quem mora ao lado da área invadida no Jardim Centro-Oeste, na região Sul de Campo Grande, acompanha aos poucos o aumento das demarcações e a construção das primeiras moradias improvisadas no local.
Entre eles, além do receio quanto aos novos “vizinhos” com a formação do que poder ser a mais nova favela da cidade, é grande também o medo do aumento da violência em um dos loteamentos mais esquecidos da Capital, segundo os próprios moradores.
De acordo com a advogada Ligian Lapas, de 39 anos, a invasão torna ainda mais crítica a situação dos moradores do Loteamento Varandas do Campo, vizinho da área invadida e que desde o início de suas obras, ainda em 2012, é alvo de uma série de transtornos.
“Pagamos mensalmente a mensalidade de condomínios que foram entregues com uma série de problemas estruturais, numa região onde tinha o projeto de creches, escola, mas onde tudo foi abandonado e que agora, ainda esta sendo ocupado por moradores que não aparentam precisar estar ali. É muito critica esta situação”, comenta.
Para Ligyan a sensação é de insegurança. “Ali é uma região em que é grande o número de assaltos, roubos e a gente não sabe qual o tipo de gente que participa a ocupação. Temos medo que essa insegurança aumente”, completa.
Para outra moradora do Condominío Canários, um dos nove do loteamento e a questão sanitária pela região é outro agravante. Por medo de represálias ela prefere não se identificar.
“O loteamento faz parte do contexto de um bairro que foi planejado, mas em seguida abandonado e que ainda vai ter ao lado, ocupantes de uma área sem nenhum tipo de planejamento sanitário. Entre todos os moradores existe o receio de que aqui ao lado vire uma nova favela”, completa.
Loteamento – O Loteamento Varandas do Campo é dividido em nove condomínios residências que ficam ao lado da área invadida, nesta terça-feira (10). O projeto foi iniciado pela construtora mexicana Homex, ainda em 2012, mas que durante o processo faliu deixando um legado de obras inacabadas e moradores insatisfeitos.
No entanto, o loteamento foi concluído por uma outra construtora acionada pela Caixa Econômica Federal em 2013. A Caixa Econômica Federal não confirma ser a proprietária dos terrenos entre as ruas Franco da Rocha e Catiguá, ao lado do loteamento, ocupada pelos invasores.
A instituição ainda não retornou o contato da reportagem, após novo contato pelo Campo Grande News nesta quarta-feira (11). A Prefeitura de Campo Grande ressaltou que a situação já foi encaminhada para o setor de fiscalização do município e que um fiscal vai ir até o local. Caso o local seja área pública, a Prefeitura de Campo Grande notifica os invasores.