Com a chegada do verão, os condomínios residenciais intensificaram as ações para evitar água parada
Com a chegada do verão, os condomínios residenciais intensificaram as ações para evitar água parada, potencial foco do Aedes aegypti (transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya). A preocupação dos moradores, síndicos e administradores são as áreas sociais, que podem servir de proliferação do mosquito. Reforço nas vistorias, informe nos elevadores e distribuição de panfletos com orientação das doenças são algumas das ações que os responsáveis realizam para evitar água acumulada.
Segundo o último Informativo Epidemiológico das Arboviroses de Campinas, foram registrados em 2016, até o último dia 19 de novembro, 8.306 casos suspeitos de dengue. Destes, 3.388 foram confirmados, 4.317 descartados e 836 estão sendo investigados. Apesar desse número ser bem menor do que o ano passado, quando a cidade sofreu com a epidemia da doença, registrando 65.519 mil casos, os cuidados com o mosquito devem ser mantidos.
São inúmeras as possibilidades de acúmulo de água parada nos conjuntos residenciais. Vasos de plantas, locais de recreação, poças de água em jardins, ralos, lixeiras, entre outros, são lugares propícios para a proliferação do mosquito. Para evitar que o condomínio contribua para o criadouro do Aedes, a síndica do Parque Residencial Jardim do Lago, no bairro Jardim do Lago, Otalícia Aparecida Ferreira Claus, promove vistorias semanais nas áreas comuns do residencial.
Ela explicou que envia diversos comunicados aos moradores informando a necessidade ter cuidados também dentro dos apartamentos. “Aqui residem 400 famílias, cerca de 1,2 mil pessoas. Fazemos um trabalho de combate principalmente com os moradores do térreo”, disse. Otalícia contou que uma das maiores preocupações do residencial são as coberturas dos estacionamentos. “Como no residencial tem muitas árvores, as folhas acabam ficando nas calhas das coberturas. Para evitar água parada nesses locais, os funcionários fazem limpeza diariamente.”
A síndica comentou ainda que faz ações de conscientização com funcionários. “Com os comunicados todos se tornam multiplicadores da importância de combater o mosquito. E quanto mais gente ajudar, podemos evitar o focos do Aedes. A Prefeitura esteve também no condomínio recentemente e realizou a pulverização do local”, acrescentou.
No condomínio Solar das Fontes, na Vila Itapura, o síndico Henrique Medeia coloca avisos nos elevadores e orienta os funcionários a realizarem vistorias diárias nos espaços de lazer. É feita no local uma série de ações, como retirada dos pratinhos das plantas e instalação de telas nos ralos. “Todos precisam redobrar os cuidados para evitar focos. Outras medidas que fazemos é colocar sal grosso e cloro nos ralos. A prevenção é única arma para o controle do mosquito”, ressaltou. Ele lembra também que o controle deve ser feito durante todo o ano e não apenas nos meses mais quentes, quando as chuvas se intensificam.
No residencial Águas Claras, no Parque São Martinho, a moradora Tatiane Moreira de Souza Furiozo contou que o síndico sempre deixa lembretes nas redes sociais sobre os danos que o mosquito pode trazer. Ela disse também que observa a vizinhança para ver se está contribuindo para evitar o criadouro. “Todos têm que fazer a sua parte. Embora evitamos a proliferação do mosquito no condomínio, os vizinhos do entorno também precisam ter consciência. Quando vejo algo de errado ligo na Prefeitura para denunciar”, afirmou.
O Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi Condomínios) informou que alerta e orienta constantemente os síndicos sobre a importância dos cuidados contra o mosquito.
Zika e chikungunya
Segundo a Saúde, Campinas registrou 500 casos confirmados de zika vírus. Destes, 44 foram confirmados laboratorialmente e 456 por critério clínico epidemiológico. Dentre os casos com confirmação laboratorial, em 13 as vítimas eram gestantes que foram investigadas para infecção pelo vírus. Os casos autóctones por área de abrangência de residência em Campinas demonstram que há a presença do vírus zika circulando em 60 centros de saúde. De febre chikungunya, neste ano, foram notificados 41 casos. Destes, 18 foram descartados, seis são importados e foram confirmados e 17 estão em investigação.