Security build-in já é realidade em projetos de novos empreendimentos na capita
O termo, que consiste em criar os projetos de arquitetura e de segurança em conjunto, chega a São Paulo pelas mãos de empresas que pretendem inovar no processo, que pode baratear gastos e evitar obras
O investimento em segurança de condomínios nunca foi tão necessário. Acompanhamos isso quase que diariamente pelos noticiários de todo o país. Devido à importância desse item, que também é um dos fatores decisivos para a compra de um imóvel, novos prédios na cidade de São Paulo já são planejados, desde o início de seu projeto, levando em conta tudo que poderão necessitar em termos de segurança. Trata-se do security build-in.
“Ainda hoje, os projetos arquitetônicos são finalizados para depois se começar a pensar no projeto de segurança. Por isso, as opções acabavam muitas vezes restritas ao uso de cerca elétrica e câmeras, por exemplo”, conta Cláudio Frischer, da Fortis, empresa de segurança de condomínios. “Se quiserem inserir mais tecnologia em segurança ou qualquer mudança relacionada a isso, esses empreendimentos gastam cifras bastante elevadas, que podem chegar a 120 mil reais, além de passarem pelo transtorno natural de obras”, completa.
Ainda que poucos, já há empreendimentos que estão em desenvolvimento na cidade de São Paulo feitos dentro do conceito do security build-in, o que significa que o projeto de segurança é pensado ao mesmo tempo em que o arquitetônico – eles nascem juntos. Exemplos disso são dois prédios residenciais da INK, incorporadora que atua no mercado desde 2012: o Tetrys, na Pompeia, e o GEO2288, no Alta da Lapa.
“Todos os parceiros dos empreendimentos INK acompanham o projeto desde o início. Contamos com a experiência da Fortis para conseguir uma segurança eficiente sem ferir alguns dos nossos principais conceitos que são arquitetura inovadora e qualidade de vida dos moradores. Muros altos e cercas elétricas não são sinônimos de segurança e provamos isso nos nossos projetos”, comenta Gabriela Coelho, da INK.
As novas possibilidades de segurança chegam aos empreendimentos por meio de tecnologia. Entre as principais que foram implantadas nos prédios da INK em conjunto com a Fortis estão localização estratégica de guarita para possibilidade de portaria virtual 24h e acesso biométrico para entrada de moradores, de visitantes (o acesso é controlado por uma central de monitoramento, no caso de o condomínio optar pela portaria virtual) e controle de acessos de funcionários (o morador pode determinar exatamente os dias e horários em que estão liberadas as entradas de diaristas ou outros prestadores, por exemplo).
Esse é um diferencial de mercado que ainda não é aplicado em larga escala. “90% das incorporadoras não se preocupam com isso e utilizam câmera, alarme e cerca elétrica. Acabam por contratar empresas de segurança que vendem postos de trabalho - dentro, fora, de ronda – o que, além de tudo, vai representar um gasto muito maior do que essas novas opções”, afirma Cláudio. Na comparação, ele explica que “segurança pensada com porteiros 24h chega a custar de 15 a 18 mil reais. Com portaria virtual, com tudo já implantado para que ela funcione, como nos casos dos prédios da INK, esse valor pode cair para 4 a 6 mil reais mensais”.
Na questão da biometria, a maior vantagem para acesso de pedestres é que há dados que comprovam que a grande maioria de casos com problemas na segurança de prédios se deve a falhas humanas.
“Os porteiros, normalmente, não são seguranças e nem treinados para casos específicos, o que aumenta a vulnerabilidade”, afirma Gabriela Coelho.
Há também segurança patrimonial, com biometria para acesso a áreas comuns como academia, piscina, salão de festas. Isso permite que os horários de liberação para entrada e saída sejam controlados e que crianças, visitantes ou pessoas que não tenham autorização para utilizar esses espaços não consigam entrar.
“Esse controle é também uma forma de facilitar o cumprimento das regras do condomínio”, comenta Gabriela.
Outras coisas que a INK entrega prontas em seus edifícios são: sistema de gerador que também funciona por monitoramento remoto e cabos microfônicos, que funcionam com sensibilidade ao toque.
“A pessoa não toma choque ou coisas assim, mas um alarme é acionado na central de monitoramento”, completa Gabriela. “A INK entrega essas funções com a possibilidade de uso, mas o que determina se serão utilizadas e com quais aparelhos (já que mais modernos vão surgindo) são as regras, ou seja, a convenção do condomínio”, conclui.