Na rede pública, em fossas ou estações de tratamento particulares, condomínios têm a responsabilidade de dar destino adequado aos efluentes
Com consumidores mais conscientes e legislações ambientais mais exigentes, a questão do saneamento básico nos condomínios vem sendo tratada com mais seriedade e com isso muitos condomínios têm procurado alternativas para minimizar o impacto ambiental e descartar os efluentes em locais que não causem danos ao meio ambiente.
Até então, no caso da ausência de atendimento da rede de esgoto, era comum o descarte dos dejetos através do uso de fossas sépticas.
Apesar de permitidas, hoje, com a queda nos custos das Estações de Tratamento de Efluentes (ETE), tem sido possível mudar esse quadro.
“A decisão sobre que sistema o condomínio deve adotar depende de um estudo específico, que vai levar em conta uma série de questões para indicar qual o mais adequado”, afirma o engenheiro Guilherme Fantozzi Campos, da Gerência de Políticas Operacionais da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN).
Síndico do Residencial Ilhas Gregas, Deyvid Albino da Silva, no bairro Aririu, em Palhoça, conta que a orientação para o uso do sistema de ETE veio da própria construtora. O processo utilizado é o eletroquímico que funciona como um tratamento com eletrodos de ferro e eletricidade, que aglutina em flocos as partículas e desinfeta a água deixando-a límpida.
Com 256 unidades, 16 torres com 16 apartamentos cada, a manutenção do sistema é feita semanalmente com a inspeção nas bombas de elevação e na ETE. “Nossa estação de tratamento de efluente tem um dos processos mais avançados e eficientes. Os benefícios do sistema estão relacionados à saúde dos condôminos, pois a falta de tratamento é um dos maiores causadores de doenças. Além disso, também contribuímos para a preservação dos recursos hídricos que estão cada vez mais escassos”, relata o gestor.
Ligação ao sistema
Segundo o especialista da Casan, se um condomínio estiver construído em uma região que tenha rede de coleta da CASAN, deve se ligar ao sistema público de esgotamento sanitário. Já se estiver localizado em região sem rede, deve providenciar um projeto para o seu tratamento individual de esgoto.
“Cabe ao empreendedor contratar um engenheiro projetista, para projetar uma estação de tratamento que atenda aos padrões legais de lançamento. O projeto deverá ser protocolado na vigilância sanitária municipal para aprovação”, explica.
Uma opção ainda utilizada em muitos casos, a fossa séptica é um sistema em que o esgoto é depositado em um poço onde a parte líquida é absorvida pelo solo e a sólida é removida mecanicamente.
“Este é um equipamento que funciona como um reator anaeróbico, promovendo o tratamento biológico, onde bactérias consomem e depuram o esgoto, e que funciona sem a presença de oxigênio. Há diversos tipos de tratamento, como o filtro anaeróbico, zona de raízes, filtros percoladores, filtros aerados, lodos ativados, e outros”, relaciona o engenheiro.
Saneamento
Síndico do Residencial Ilhas Gregas, Deyvid Albino da Silva explica que a orientação para o uso da estação partiu da própria construtora.
Porém, esse sistema nem sempre é viável para atender a um grande número de pessoas e, por isso, grandes condomínios e empresas têm utilizado estações de tratamento próprias. Segundo o especialista, nesses casos, por se tratar de um empreendimento que gera maior quantidade de esgoto, os sistemas de fossa são inviáveis, devido ao porte e ao nível de tratamento exigido pela legislação.
Sendo assim, grandes condomínios e indústrias devem possuir uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) mais robusta e moderna.
“Os benefícios de uma ETE desse tipo são muitos, pois a eficiência do sistema fica em torno de 90% de remoção de matéria orgânica e sólidos. Há a remoção de nutrientes (fósforo e nitrogênio) e a remoção de agentes patogênicos, o que dá condições de que o efluente final do tratamento retorne ao ambiente sem comprometimento”, explica o engenheiro.