?É essencial estudar corte de gastos como mão-de-obra, água, energia e materiais de consumo mas, de forma prudente?, destaca Dostoiévscki Vieira Silbonne, presidente do Instituto Pró-Síndico
O alto índice de desemprego no país – chegando aos percentuais de 11,2% e atingindo mais de 11,4 milhões de pessoas – tem trazido dificuldades para os bolsos dos condôminos e, por consequência para o caixa dos condomínios. Mais dificuldades ainda, encontram os síndicos que, além de tentarem atender aos frequentes pedidos de redução da taxa condominial, precisam se desdobrar na matemática para gerenciar os recursos com a lista de despesas. O desafio é de cortar gastos sem abdicar de ferramentas indispensáveis para o funcionamento do condomínio.
“A crise que o país vive tem “apertado o bolso” dos condôminos. É essencial estudar corte de gastos como mão-de-obra, água, energia e materiais de consumo. Só reduzindo custos com mão-de-obra, por exemplo, os custos podem diminuir em até 40% por mês”, destaca Dostoiévscki Vieira, presidente do Instituto Pró-Síndico.
Vale lembrar ainda que reduzindo os gastos, a probabilidade de inadimplência diminui ainda mais, o que pode auxiliar a economizar os recursos do prédio. Pensando em ajudar os condomínios, o presidente do Pró-Síndico elaborou uma lista, com pequenos cortes de gastos e investimentos que podem ajudar no bolso dos condôminos. Confira 10 dicas que Vieira recomenda para a redução de gastos condominiais:
– Individualização de água e gás – Vários condomínios ainda não possuem um sistema que mede o consumo por unidade. Não é justo uma pessoa que mora sozinha pagar o mesmo que uma família que mora em 5 pessoas. A melhor educação para economizar é a que pesa no bolso, pois quando o indivíduo sabe quanto está gastando de fato, seu engajamento é outro. Há casos em que a implantação de desse sistema reduziu o consumo geral em 30%.
– Água de reuso e aproveitamento – Hoje as tecnologias, que no passado remetiam somente ao importante aspecto da sustentabilidade, agora tem outro atrativo: a economia com a água de reuso, ou seja, aquela água que é descartada de chuvas e de minas d’ água que pode ser tratada e reutilizada. Por exemplo, a água do vaso sanitário não precisa ser potável. Além disso, existe a captação de água da chuva e do lençol freático.
– Troca de lâmpadas por led – Em geral, os condomínios, mesmo os novos, não são entregues com lâmpadas de led, pois as construtoras querem economizar. O fato é que, uma lâmpada de led é, até, 80% mais econômica que a incandescente comum. A redução na conta de luz pode ser de até 40% e o investimento recuperado em média de 06 a 08 meses.
– Uso da portaria virtual – A principal vantagem diz respeito à redução do custo de mão-de-obra do condomínio que pode ser de, no mínimo, 40%. Os operadores trabalham remotamente em uma empresa contratada pelo prédio;
– Implantação de sistema de controles automatizados de acessos – Assim como a portaria virtual, o sistema de biometria tem o intuito de reduzir o custo de mão-de-obra de gerenciamento de circulação dos condôminos. O sistema necessita apenas cadastrar a digital dos moradores para permitir a entrada e saída deles, de maneira segura. Existem de condomínios que chegaram a reduzir R$ 16 mil reais mensais de despesas após a instalação do sistema.
– Ficar atento às horas extras de funcionários – Em grande parte dos condomínios, 70% do valor da taxa condominial é destinado para cobrir a folha de pagamento. Deve-se estar atento ao fato dos funcionários estarem fazendo muitas horas extras. Em alguns casos, contratar folguistas pode reduzir os gastos do prédio, assim como o controle informatizado de ponto.
– Terceirização de mão de obra – Como a mão-de-obra é um dos principais “vilões” das taxas condominiais, a terceirização pode ser a solução a longo prazo. O condomínio pode verificar um contrato com empresas ligadas à portaria, limpeza e jardinagem.
– Economia com piscinas – Apenas como base, uma piscina de 12m x 4,40m x 1,40m consome, mensalmente, uma média de 7 quilos de cloro. Com o quilo do cloro em torno de R$ 40,00, somente com este produto químico, o custo é de R$ 280,00. Em um ano, esse valor ultrapassa R$ 3,3 mil. Novas tecnologias tratam a mesma água com sal, ozônio ou íons e reduzem bastante o custo com produtos químicos convencionais.
– Investir em energia solar – Com prazo de retorno médio estimado em 7 anos, a colocação de placas de captação de energia solar, principalmente em cidades com grande incidência de sol. Embora dificilmente substitua completamente a energia elétrica, a economia que ela faz pode chegar a 70% na conta final de energia.
– Agilizar as cobranças contra inadimplentes – Com o novo CPC (código de processo civil), o prazo para inadimplentes quitarem as dívidas foi reduzido drasticamente. O medo de responderem a processos judiciais e até terem seus bens e contas penhorados fizeram que os devedores corram para fazer acordos. A cobrança deve ser feita o mais rápido possível para alcançar resultados mais precisos e diminuir o número de casos.