Últimas Publicações

Furto a condomínios: quadrilhas de São Paulo passam a agir em outros estados

Jovens da capital foram presos depois de assaltar prédio de alto padrão em João Pessoa; segundo delegado, criminosos estão migrando

Quadrilhas de São Paulo especializadas em furtos de condomínios de alto padrão estão replicando o crime em outros estados. Um dos casos recentes ocorreu em João Pessoa, na Paraíba, em janeiro deste ano.

Segundo um relatório da Polícia Civil de São Paulo, os jovens Gabriel dos Santos Dias e Gabriel de Albuquerque Carvalho, de 22 anos e 24 anos, do bairro do Glicério, no Centro de São Paulo, foram flagrados furtando um apartamento de alto padrão no bairro nobre do Altiplano, em João Pessoa.

O proprietário do imóvel estava fora da cidade no momento do crime. Os assaltantes invadiram o condomínio e roubaram itens de valor do apartamento no 6º andar.

Pelas imagens das câmeras de segurança do condomínio, a Polícia de São Paulo identificou os assaltantes. Um deles trajava uma camiseta da marca “Guess”, bermuda bege e tênis branco. O outro, de cabelo descolorido, usava fones de ouvido sem fio. Os assaltantes acabaram presos em São Paulo por policiais de Porto Alegre, onde também eram procurados pelo mesmo crime.

 — Eles estão migrando para outros estados porque aqui está ficando complicado — afirmou o delegado Fábio Daré, titular do 6º Distrito Policial, no Cambuci, que diz ter baixado a estatística desse tipo de furto em sua delegacia no último ano. — Quando assumi aqui, em janeiro passado, o furto à residência era muito. Uma das minhas metas era mapear toda a molecada que mexia com isso, criar um álbum de fotos dos criminosos para comparar, por reconhecimento facial, com as imagens das câmeras de segurança dos prédios furtados.

Modalidade de crime já bastante conhecida na capital, esse tipo de furto é praticado, em geral, por criminosos jovens, alguns até menores de idade, que inventam conhecer o dono do apartamento e entram nos condomínios com permissão dos próprios porteiros. Sempre bem-vestidos, dizem ser parentes ou estar hospedados nas residências.

Segundo Daré, o mais importante para evitar crimes do tipo é investir no treinamento dos responsáveis pela portaria.

— Costumo dizer que não adianta morar num prédio de R$ 4 milhões e ter um porteiro que ganha R$ 1.200. O porteiro que é bem orientado já sabe quem mora no condomínio, conhece o rosto das pessoas — afirmou.

Daré explicou que os criminosos descobrem informações das vítimas em sites clandestinos que vazam dados pessoais. Assim, conseguem ir a um apartamento certeiro. Em boa parte dos casos, os criminosos não trabalham com informação privilegiada nem com a conivência dos porteiros.

Em maio, a Polícia Civil prendeu três integrantes de uma quadrilha especializada em realizar invasões e furtos em condomínio de luxo, na região central de São Paulo.

A líder era uma velha conhecida da polícia, e praticava o crime desde adolescente. Maria Luiza de Oliveira, de 18 anos, já havia sido flagrada por uma câmera de segurança durante uma tentativa de invasão a um prédio de alto padrão em Higienópolis, no dia 31 de março deste ano. Além dela, um policial militar e outros dois menores de idade integravam a quadrilha.

As defesas dos presos não foram encontradas. O espaço permanece aberto.