Valor do condomínio equivale a quase 45% do salário mínimo

Levantamento mostra que a média é de R$ 634,24 no país

A taxa condominial é uma das despesas que mais pesa no bolso dos brasileiros, podendo chegar a 45% do salário mínimo (R$ 1.412), segundo levantamento da startup uCondo com 3.330 condomínios em todo o país feito entre janeiro e maio deste ano. O estudo revela que a média da cota é de R$ 634,24, sendo o menor valor a partir de R$ 72 e o maior ultrapassa R$ 6 mil, o equivalente a 45% do salário mínimo.

Na análise, a diferença entre as menores e maiores taxas acontece devido a vários fatores, entre eles a localização, de acordo com cada município e bairro, e os serviços ofertados pelos condomínios. Ou seja, em uma mesma cidade, é possível encontrar prédios maiores com áreas de lazer, salão de festas, piscinas, coworkings e outras opções, e edifícios menores, com poucos moradores e menos comodidades.

Além destes aspectos, Léo Mack, cofundador e COO da startup, observa que os próprios moradores fazem escolhas que impactam na taxa condominial. “Vemos que o que mais pesa nas contas são as folhas de pagamentos para funcionários fixos, como porteiros e zeladores. Se é algo que o condomínio não pode mais arcar, alternativas são criadas, como uso da tecnologia para liberação de entrada e saída de convidados ou recebimento de entregas, planejamento de manutenções pontuais e reparos previstos, tudo já contabilizado", pontua Mack.

Inadimplência de 24,4%

Com o valor da cota condominial mais alto, a inadimplência também avançou no país. O estudo lembra que, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação afetou o custo do condomínio, que aumentou 6,74% em 2023. Como consequência, a falta de pagamento da taxa atingiu recorde, fechando em 24,4% no ano passado, de acordo com a base de dados da uCondo.

Isso acontece porque a pessoa acaba quitando as contas mais básicas e urgentes, atrasando a despesa condominial, atitude que pode se transformar em grande problema no futuro. Léo Mack ressalta que, quando há moradores inadimplentes, todos os condôminos arcam com isso, o que também poderá influenciar no valor mensal.

"As contas precisam fechar e quando a inadimplência aumenta, a taxa sobe para suprir essas falhas no balanço", explica Mack.