Medidas sustentáveis nos condomínios ainda preservam o meio ambiente e melhoram a qualidade de vida
A preocupação com a sustentabilidade nos condomínios vai além da preservação ambiental, representando também uma opção financeiramente vantajosa e propiciando uma melhoria na qualidade de vida por meio de medidas ecoeficientes. Ao serem adotadas em um condomínio, medidas como verificação frequente de vazamento de água, placas solares, ou até mesmo a substituição das lâmpadas comuns por lâmpadas LED, podem resultar em uma redução de mais de 30% no consumo de água e até 80% no consumo de energia, além de possibilitar uma redução de 10% no valor do IPTU.
O engenheiro civil e síndico profissional Breno Souza pontua que os ganhos tanto econômicos quanto ambientais a longo prazo são significativos, reforçando que por meio dessas medidas, ao longo do tempo, é possível alcançar uma redução de até 35% no consumo de água e de até 80% no consumo de energia, sendo um ponto positivo tanto para o bolso dos condôminos quanto para um ambiente mais sustentável: “O investimento se torna altamente viável à medida que ao chegar no ponto de inflexão, o valor retornado se torna maior que o investido".
Jarbas Silva, síndico profissional, fala que a demanda por medidas sustentáveis aumentaram nos condomínios de sua administração, sendo necessário implementar uma melhor coleta de resíduos, coleta de óleo de cozinha e instalação de energia solar, o que gera tanto benefício na qualidade de vida quanto no bolso dos condôminos.
Além dessa implementação, o síndico profissional menciona outras medidas. “Podemos citar também o reaproveitamento de água. Nesse campo, por exemplo, podemos promover a coleta e armazenamento de água da chuva. Posteriormente, essa água poderá ser utilizada na piscina, com o devido tratamento, jardins e vasos sanitários. Isso já é uma realidade e pode trazer uma economia”, cita Jarbas Silva.
Lucas Macedo, CEO da empresa SDB Energia Solar, comenta também que o uso dos painéis solares são boas opções para o bolso e um ambiente mais sustentável. Aquele que optar por instalar a sua própria usina fotovoltaica estará contribuindo para um mundo melhor ao reduzir a emissão de CO² na atmosfera, além de economizar em sua conta de energia.
“Implantar energia solar é sinônimo de redução nos custos fixos do condomínio e, a depender, de como seja o pagamento, pode significar em uma oportunidade para redução das taxas condominiais no curto, médio ou longo prazos. O condomínio que estiver localizado em Salvador, por exemplo, de acordo com a prefeitura de Salvador, pode aderir ao programa de IPTU Amarelo e garantir até 10% de desconto", cita o CEO.
É importante reconhecer o compromisso não apenas com a economia, mas também com o bem-estar social e ambiental, uma tendência crescente no Brasil. Cada vez mais pessoas estão dispostas a pagar mais por um condomínio que atenda às necessidades ambientais.
Projeto sustentável
Antes mesmo dessas medidas serem colocadas em um condomínio, quando possível, o projeto do espaço já deve ser pensado em formas de promover um ambiente ecoeficiente. Para o arquiteto Isaac Bruno Vilas Boas, essa fase inicial já é o grande divisor de águas para promover práticas ambientalmente responsáveis e garantir eficiência energética. O profissional explica que qualquer prática sustentável vai ter uma relevância melhor quando e como for pensada no projeto.
“A sustentabilidade é importante em tudo, no transporte, na construção, na educação e etc. A arquitetura por princípio já é algo sustentável. Portanto, é importante que seja implementado em todo o setor da construção civil. Para o bem dos moradores, é interessante que seja repensado o modelo de condomínio como temos atualmente, com uma maior proporção de sustentabilidade”, enfatiza.
A demanda por ambientes sustentáveis está em alta devido à crescente conscientização ambiental e pela busca por soluções que tragam economia a longo prazo. Breno Souza explica que atualmente algumas certificações são exigidas na hora de comprar um imóvel.
“A tendência é percebida através do aumento na busca por certificações de sustentabilidade, como LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental), AQUA (Alta Qualidade Ambiental) e Selo Azul (instrumento de classificação socioambiental destinado a propostas de empreendimentos habitacionais que adotem soluções eficientes), e pela preferência dos compradores por imóveis que incorporem princípios sustentáveis em seu design e operação”, explica o engenheiro.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló