Estima-se que existam cerca de 5 mil lojas deste tipo em funcionamento no País
Conhecido como ‘honest market’ ou mercado honesto (em tradução literal), o comércio de alimentos nos mercadinhos de condomínio ganhou força com a pandemia.
Os espaços não possuem qualquer funcionário e atribuem ao consumidor a confiança do sistema ‘pegue & pague’.
Ao Correio do Estado, um dos gestores de uma rede com 44 lojas na Capital salientou quais são as principais preocupações e prevenção realizada nesta modalidade de comércio.
“Quando uma pessoa leva algum produto e não faz o pagamento, gera um transtorno pois, para nós, o produto continua na loja e o próximo abastecimento será incorreto”, destacou Eriberto Frozza, um entre os quatro sócios da rede com mais de 10 mil unidades e mais de 25 mil pessoas todos os dias.
O gestor destacou que, como prevenção, a rede realiza frequentemente um inventário dos produtos do mercado, a fim de “trabalhar com rapidez para identificar os envolvidos e notificá-los."
Para além dos itens ‘preferidos’ entre os furtos, salgadinhos, batatas, picolés e até mesmo bebidas alcoólicas estão entre os itens escolhidos pelos consumidores.
Perguntado se há um padrão, Frozza disse que os registros mais frequentes acontecem aos fins de semana e envolvem pessoas com idade entre 15 e 30 anos.
Sem quantificar valores, o gestor disse que as perdas em Campo Grande ficam em torno de 3% do faturamento. Segundo ele, a média do segmento a nível Brasil chega a ser de até 5%. “Com as ações de nossa equipe conseguimos recuperar uma parte desse valor.”, destacou.
Sem dados consolidados no setor, estima-se que existam cerca de 5 mil lojas deste tipo em funcionamento no País.
Sem qualquer monitoramento presencial dos mercadinhos, a empresa conta com 16 funcionários, além dos quatro sócios na administração da empresa.
Questionado sobre os possíveis aperfeiçoamentos que o modelo de negócio pode almejar a fim de inibir ou mesmo acabar com os furtos, Frozza disse o modelo de negócio é novo em todo o Brasil, e que as últimas atualizações fizeram com que as câmeras e sistema de pagamento fizessem uma leitura dos clientes dentro da loja, identificando eventuais atitudes suspeitas.
“Isso nos dá mais rapidez para falar com os envolvidos e solucionar os casos, sejam eles por intenção ou apenas distração dos clientes, o que acontece também”, frisou.
O empresário disse que a empresa atua em todos os tipos de condomínios nas mais diferentes classes sociais e busca uma análise de local para que possam atender a população da melhor forma possível.
Segungo ele, a empresa começou a atender também o mundo corporativo, visando "a comodidade dos serviços para os funcionários também.”, finalizou Frozza.