Essa não foi a primeira vez que Demervaldo Aquino teve de controlar chamas no local. No mês passado, ajudou a controlar um princípio de incêndio no edifício
Na tarde dessa quinta-feira (18/12), o zelador Demervaldo Aquino, 45 anos, vigiava a rua em frente ao prédio onde trabalha, no Sudoeste, como fazia todas as manhãs. Às 11h32, ele notou que uma fumaça era exalada de um dos carros estacionados. Quando o alarme disparou, ele apertou os olhos para enxergar o que havia dentro do veículo: um celular que estava preso ao suporte no painel explodiu, e escorregou para o banco.
"Vi na hora que ele caiu e a bateria ficou no suporte, pegando fogo", relata. Demervaldo conta que trabalha no local como zelador há mais de 20 anos. "Conheço todos os carros que são daqui, como tinha a escada, sabia que era de alguém que estava fazendo um serviço próximo", diz. Ele correu para pegar o extintor de incêndio do edifício e começou a gritar: "Quem é o dono do corsa preto? Tá incendiando!".
A confusão chamou a atenção dos moradores, que saiam às janelas para saber o que estava acontecendo. "Vou ter que quebrar o vidro, não vou deixar incendiar tudo", pensou. Quando estava prestes a tomar medidas mais drásticas, o dono do veículo, profissional que fazia um orçamento de serviço elétrico no prédio vizinho, apareceu e eles conseguiram controlar as chamas quando o rapaz abriu o carro.
Experiente
Essa não foi a primeira vez que Demervaldo teve de apaziguar incêndios. Há 22 dias, quando deixava a portaria no fim do expediente, viu uma fumaça saindo de um dos apartamentos. Ele correu para a unidade para socorrer o morador. "Estou sempre de olho, presto muita atenção, estou ligado", assegura Demervaldo.
"Tinha muita fumaça lá dentro, um mau cheiro", lembra. Mas ele sabia o que fazer, pois tinha feito cursos de primeiros socorros, e se abaixou para evitar inalar a fumaça. Lá dentro, o morador tentava apagar as chamas do microondas, que incendiava. "Ele estava jogando água, inundou o apartamento todo", recorda.
Em fevereiro, ele próprio se acidentou. Quando estava na chácara de um amigo e foram acender uma fogueira, as chamas subiram e o atingiram quando lançaram o álcool. "Pegou na botina que eu tava e até no cabelo, tive que pular dentro de uma caixa d’água", lembra. Desde então, ele assiste a vídeos na internet para se informar e se preparar melhor para situações como essa. "A gente vive em alerta", garante.