Parte da edificação cedeu na manhã desta quarta-feira e moradores ficaram retidos dentro de condomínio. Não houve feridos
A quarta-feira (9) começou de forma rotineira para a contadora Selma Pereira, até ser surpreendida com o desabamento de parte da estrutura do prédio onde mora, em Fortaleza, às 8h30 desta quarta-feira (9). “Comecei a gritar que o prédio estava caindo e pedi para os vizinhos descerem”, relembra a moradora do terceiro andar do edifício onde a laje cedeu nesta manhã.
Logo que percebeu a situação, Selma pensou em sair do local de carro, junto com os vizinhos, a família e os animais de estimação.
“Eu não sabia nem o que fazer, na verdade. A minha ideia era colocar todo mundo no carro e sair dali. Meu medo era o prédio cair e a gente ficar debaixo”, detalha.
Em meio à preparação para a partida, ao acionar o portão automático, a laje cedeu. “Se a gente tivesse seguido com o carro, os entulhos iam cair em cima da gente”, relata Selma. Após o desabamento, a moradora diz que precisou pular as estruturas, com ajuda das pessoas da rua, para sair do local.
Além da queda da estrutura do prédio onde mora, ela relembra outras dificuldades enfrentadas neste ano, mas reforça que foi "livrada". "Acho que 2020 não poderia ser mais inédito pra mim. Meu marido sobreviveu à Covid-19, perdi amigos, mas essa iminência de morrer dentro da minha casa, em um momento de descontração... Mais uma vez, temos que parar, analisar e refletir. Eu fui livrada mais uma vez", afirma.
Apoio
A Cruz Vermelha do Ceará também esteve no local, durante esta quarta-feira, para prestar apoio às famílias do prédio.
"Ficamos sabendo do ocorrido através de voluntários, Logo montamos uma logística para fornecer EPIs, como fizemos no Andrea, além de disponibilizar o nosso Centro de Comandos de Emergência à disposição dos bombeiros e da Defesa Civil”", pontua Adriano Sabóia, atual coordenador estadual de Gestão de Êxito e Resposta a Desastre da Cruz Vermelha.
Apoio psicológico, oferta de alimentação e hidratação também estavam disponíveis para os moradores.
"Não tivemos prejuízo de vítimas, ainda bem, mas mesmo assim, eles estão fora de casa, às vezes sem comer e sem beber. Por isso o ponto de apoio aqui também", avalia. Em seguida, o coordenador informou que a defesa civil "liberou a gente". "Isso quer dizer que não existe mais risco de vida".