Confira dicas de como economizar nas despesas do seu condomínio.
Em tempos desafiadores na economia, diminuir despesas e otimizar receitas é importante para pessoas e empresas. Afinal, ninguém quer fechar o mês no vermelho. O mesmo raciocínio vale para condomínios, que envolvem os interesses de diversas famílias e o bem-estar, às vezes, de centenas de pessoas.
Desafio orçamentário
Considerado um dos desafios de quem administra condomínios, o planejamento ou previsão orçamentária é uma excelente ferramenta para quem quer evitar contas no vermelho e ainda economizar. E nada melhor que aproveitar a aproximação de um novo ano para fazer um trabalho mais planejado, inclusive em termos orçamentários.
Nessa época do ano em especial, surge em pauta nos condomínios um tema determinante para o bom funcionamento do prédio: a previsão orçamentária. Esse planejamento deve ser o alicerce do condomínio durante os próximos 12 meses e precisa ser tratado com importância e cautela pelos síndicos. Nesse assunto, nada melhor do que ter as metas e as projeções bem definidas.
Despesas mais comuns
Segundo dados da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), os custos condominiais estão distribuídos da seguinte forma: até 65% alocados em despesas com pessoal; até 18% em despesas com concessionárias (água e energia); até 8% em contratos de manutenção (elevadores, bombas etc); até 7% em despesas administrativas e o restante para pequenos gastos.
Mesmo com essa divisão, Frederico Barreto, especialista em finanças e sócio da Repense Inteligência Financeira, alerta que é preciso analisar cada caso individualmente quando o assunto é previsão orçamentária. “Os dados são apenas um norte. É preciso avaliar o comportamento e as necessidades de cada condomínio, afinal algumas despesas são vitais e outras podem ser avaliadas caso a caso na hora de economizar”, afirma.
Frederico Barreto dá cinco dicas - que podem ser adotadas por qualquer síndico - de como fazer a previsão orçamentária do condomínio para o próximo ano e ainda economizar, evitando dívidas.
1. CUSTOS
Identificar todos os custos do condomínio e diferenciar quais são os custos fixos e os variáveis é o ponto de partida. De acordo com o especialista, a partir dessa identificação, são formadas estratégias diferentes para cada um dos grupos. “Normalmente, nos custos fixos, como contas de água, luz e despesas regidas por contratos, o nível de flexibilidade é menor e requer uma energia maior para promover mudanças. Já nas despesas variáveis, os impactos são imediatos”, compara.
2. INVESTIMENTOS
O procedimento a seguir é definir com os condôminos quais investimentos serão feitos ao longo do ano. Também é importante escolher as datas para que eles ocorram. “Os investimentos são ações que requerem maior planejamento, porque normalmente são de maior valor e ocasionam impactos de longo prazo. Logo, a decisão não deve ser concentrada exclusivamente no síndico. Por exemplo: a troca do revestimento de um edifício pode ter um custo que impacta no orçamento e requer tempo para ser realizado”, ensina Frederico Barreto.
3. ECONOMIA
É preciso considerar a inflação e os reajustes de preços na peça orçamentária. “O impacto inflacionário pode gerar forte desequilíbrio no orçamento se não for considerado. Da mesma forma, os reajustes contratuais e os preços regulados, como água e energia. Podemos tomar como exemplo as bandeiras amarelas e vermelhas na energia, cobrada pelas operadoras, e a taxa de contingência cobrada pela Cagece e pela Enel”, exemplifica o especialista.
4. COTA CONDOMINIAL
Ela deve ser estabelecida após serem consideradas as despesas e os investimentos. “Após a consolidação das despesas e eventuais investimentos, o somatório deverá ser dividido tomando como base a fração ideal de cada unidade. Vale salientar que tanto a área privada como a comum de um condomínio obedecem a mesma racionalidade”, pontua o sócio da Repense Inteligência Financeira.
5. INADIMPLÊNCIA
Trata-se de um problema recorrente, que atinge quase todos os condomínios. Ter 100% de pagamentos em dia é raridade. Por isso, o orçamento precisa considerar uma margem de inadimplência. “Em 2017, o não pagamento da taxa condominial alcançou 12%, em todo o Brasil, índice muito expressivo na gestão de qualquer negócio. Isso deverá, portanto, ser considerado na peça orçamentária, sob pena de haver insuficiência de recursos”, completa Frederico.