Após desabamento de placas de mármore da varanda de um apartamento de um edifício no Leblon, dúvidas sobre conservação de edificações são levantadas
O desabamento de placas de mármore da varanda de um apartamento de um edifício no Leblon, na Zona Sul do Rio, que atingiu a jovem Larissa Spezani, de 20 anos, levantou questões sobre a conservação de edificações na cidade. Os especialistas são unânimes em dizer que a falta de uma rotina de manutenção traz à tona acidentes como o do último dia 7.
Para o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado do Rio de Janeiro (CAU-RJ), Jeferson Salazar, o tempo estipulado de autovistoria predial em alguns casos é extremamente prolongado. “Há prédios muito antigos no Rio, nos quais a inspeção de cinco em cinco anos é muito tempo. Eles não podem se equivaler a edificações novas, que têm materiais mais recentes”, explica.
Ainda de acordo com o presidente do CAU-RJ, há uma enorme falta de esclarecimento para os administradores dos imóveis sobre as questões de preservação e, principalmente, a falta de fiscalização. “Falta um controle maior do poder executivo e também informação e mais orientação aos síndicos”, explica.
Segundo Jorge Mattos, coordenador da comissão de prevenção de acidentes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RJ), há também a falta de uma manutenção preventiva e cuidado vindo dos síndicos e administradoras.
“Faço uma analogia com um check-up médico. Normalmente se faz anualmente, mas se você não continuar cuidando mês a mês, de nada vai adiantar a ida ao médico. Assim vale para o edifício, entre os períodos da autovistoria é necessário um cuidado periódico, que vire uma cultura durante o intervalo da inspeção”, explica.
Para Mattos, uma proposta é estabelecer um período de vistoria menor nos imóveis próximos de praias. “Uma ideia a se discutida é a questão das edificações perto das praias, como o caso do Leblon, em função da alta salinidade, já que as unidades sofrem com isso”, afirma.