Parte da solução ou do problema!
Colega síndico, você já passou por esta situação? Ao consultar um profissional, especialista ou fornecedor de determinado produto ou serviço, para atender a uma demanda do condomínio, esses profissionais nos atendem de uma forma que nos questionamos se eles fazem parte do problema ou da solução!
Recheados de questionamentos, alguns posicionamentos, após consultarmos esses profissionais, nos sugerem que a solução deve vir do síndico e a eles só cabe a execução. Por exemplo: Eu não emito nota fiscal; eu só atendo em determinado horário; eu só trabalho com determinado material; eu só forneço o material, mas não instalo ou não executo o serviço...
Não é comum também, ao encontramos no mercado a solução para uma determinada demanda, que surja um novo problema a partir dessa solução? Ou que a solução proposta para o problema central não contemple soluções para problemas periféricos a essa demanda?
Por exemplo: Quem irá entregar os jornais quando nós dispensarmos os porteiros e implementarmos a portaria remota/virtual?E se a resolução das imagens do DVR do CFTV que instalamos não é compatível com a velocidade do sinal de internet fornecido para região do condomínio?Ou as plantas que o arquiteto colocou no jardim na execução da revitalização são muito bonitas, mas acumulam água e a vigilância sanitária mandou retirar devido ao combate à dengue.
Tenho observado também, porém não consigo afirmar categoricamente, que com o advento da figura do síndico profissional e mais recentemente a figura do síndico de alta performance, acostumados a vivenciar no exercícios de suas funções as mais variadas e inusitadas situações, haja o hábito, quase que como uma virtude, de trazer para si a responsabilidade de todas as soluções das demandas do condomínio.
Sendo assim, não é incomum essas soluções periféricas ao problema central serem absorvidas por esses síndicos com certa frequência e naturalidade, negligenciando de forma inocente uma cobrança mais eficiente do mercado que os atende na solução do problema original.
Na outra ponta há o mercado, que tradicionalmente sofre os revezes da economia, buscando se adaptar ofertando soluções compatíveis com as margens de lucro estabelecidas no conceito do seu negócio.
Não é difícil de entender que se o mercado perceber que ele pode oferecer parte da solução e manter a mesma margem de lucro, assim ele vai proceder. Porém ele irá deixar o caminho aberto para o concorrente que apresentar soluções melhores e mais completas. Não é raro acontecer de nos encantarmos com aquele fornecedor que entregou além do que foi prometido, e necessariamente esse além nem precisa ser o muito além, às vezes só o fato de não deixar arestas para os novos problemas periféricos já bastam.
Mercado é uma questão de cultura, sujeita às preferências e possibilidades dos agentes envolvidos. O fortalecimento do mercado condominial, tenho repetido isso sistematicamente, é sensível às exigências da clientela devido ao terreno fértil em que se encontra. Estou falando de um tipo de consumidor que possui recurso financeiro em poupança, por força de lei em forma de Fundo de Reserva, disponível para atender demandas emergenciais, ou outras que a coletividade entender, em uma economia que se diz em crise e com recursos escassos. É preciso ser um pouco mais exigente e atento para receber soluções entregues além do que foi prometido, sem arestas para novos problemas.