Áreas pintadas com produtos inadequados resultam em baixa durabilidade, descascamento e perda de cor.
Escolher a tinta certa para cada setor do condomínio vai muito além de definir a melhor cor. Renovar a pintura pode ajudar a restaurar a fachada, as paredes internas e até mesmo pisos e coberturas do condomínio, entretanto um produto inadequado para determinada superfície pode comprometer a aparência do ambiente, resultar em baixa durabilidade e até dificultar a aplicação.
Pintar o condomínio nem sempre é uma tarefa simples. Atualmente, existem no mercado diferentes tipos de produtos, acabamentos e cores. Por isso, na hora de escolher, é fundamental conhecer os produtos ou ter apoio técnico. “Os responsáveis pelos condomínios devem principalmente observar se o produto que estão comprando atende a necessidade da área, visando sempre à resistência e à durabilidade”, orienta Eduardo Kunz, representante técnico comercial.
Armando Felipe da Silva, mestre em Arquitetura e especialista em patologia de fachadas, complementa explicando que ao fazer a repintura é importante contar com a ajuda de profissionais especializados. “Antes da aplicação da tinta devem ser feitos vários trabalhos de verificação e preparação de base que não são de conhecimento de muitas empresas de pintura”, ressalta.
De acordo com Armando, a preparação de fachada para uma pintura bem feita é algo demorado e que requer habilidade e conhecimentos do profissional que executa o serviço. “Para pintar é necessário ter treinamento e acompanhamento técnico permanente durante as etapas de lavação, vedação das fissuras e tratamento das armaduras”, explica o arquiteto.
Resistência
Segundo Eduardo Kunz, a diferença dos produtos está principalmente relacionada à questão da resistência. “Cada tinta tem uma função e para que ela funcione corretamente tem de ser aplicada em cada área de maneira correta. É preciso avaliar as condições referentes à exposição, à abrasividade, à lavabilidade, à retenção de cor, à proteção da superfície contra calor, fogo, contaminações”, relata Kunz.
O representante explica que a escolha da tinta para fachadas, por exemplo, dependerá da superfície, ou seja, do concreto aparente. “Neste caso podem ser utilizados vernizes a base de poliuretano, que protegem o concreto contra o ataque da maresia e outros agentes como chuva ácida”, orienta o especialista.
Para as áreas comuns, Eduardo recomenda tintas especiais para pintura das portas corta-fogo e corrimãos das escadas, como a tinta antichamas que tem efeito retardatário das chamas em caso de incêndio. “Essa tinta pode ser aplicada até mesmo em portas de madeira ou afins, que adiam as labaredas, aumentando o tempo de evacuação da área em caso de incêndio”, explica.
De acordo com Eduardo, para as paredes internas a opção são as tintas epóxi isentas de cheiro para aplicação em paredes, com grande poder de lavabilidade e retenção de cor. Já no caso de pisos de playgrounds, garagens e quadras, a alternativa é a linha epóxi de alta resistência e com opções de cores para essas áreas.
Outra tendência que vem sendo utilizada para a revitalização de áreas comuns, o revestimento epóxi metalizado é uma opção recomendada para áreas de lazer, salão de festas, playground e hall de entrada. “Este é um epóxi de alta espessura que confere efeito metalizado ou marmorizado ao piso, proporcionando um efeito diferenciado e muito bonito esteticamente”, detalha o especialista.
Além de observar o tipo de material escolhido, os gestores também devem verificar a idoneidade do fabricante do material e principalmente a mão de obra que irá contratar para executar o trabalho, pois se alguma área for pintada com o produto inadequado, o resultado será a baixa durabilidade, com descascamento da tinta, perda de cor, entre outros problemas. “A fábrica atesta garantia a seus produtos, mas para que o cliente tenha direito a essa garantia, tem de utilizar as tintas corretas nos locais corretos. Caso contrário é retrabalho e prejuízo na certa”, alerta o representante.
Contratos
Síndico há trinta e cinco anos, Erculis Neves, do Condomínio Lauro Linhares, em Florianópolis, faz as compras das tintas pessoalmente para garantir a qualidade do produto e conseguir preços melhores. “O condomínio fazendo as próprias negociações consegue melhores preços e prazos de pagamentos”, diz.
Ainda na opinião de Erculis, nunca se deve fazer contratos com pagamentos antecipados, pois isso somente traz aborrecimentos.
“Este negócio de dizer que tem que pagar os empregados não convence, pois o empregado não recebe antecipado. Outro detalhe importante e que deverá constar no contrato é deixar a última parcela para pagamento somente após a retirada de todos os entulhos e da área totalmente limpa sem respingos de tinta no chão”, recomenda o síndico.