Prazo de adaptação termina no final de janeiro em cinco cidades de SC
A partir de 31 de janeiro, os moradores de cinco cidades do Estado (Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu e Paulo Lopes) passarão a ter transmissão de TV exclusivamente digital. É a primeira etapa de migração do sinal analógico para o digital em Santa Catarina, que garante imagens mais nítidas, som de melhor qualidade e promete acabar com ruídos e interferências, bem como aumentar a interatividade.
Quem não fizer a conversão ao novo padrão vai ficar de uma hora para outra sem poder acessar seus programas favoritos ou acompanhar a tradicional novela. A contagem regressiva para o fim do sinal analógico já mobiliza os síndicos da região, que começam a procurar a assistência técnica necessária à instalação de antenas coletivas e para outras adaptações exigidas.
No condomínio Vila Florida, localizado em Ingleses, o síndico José Luís Pina Pereira conta que foi feita uma programação mensal de execução e desembolso do serviço, que se estendeu por cinco meses, abrangendo os cinco prédios do residencial. “Dessa forma ficou mais fácil acompanhar o trabalho, diluindo o pagamento por um período maior”, diz. Como o investimento não foi alto, não houve necessidade de se fazer um rateio.
O mesmo aconteceu nos dois blocos do Condomínio Pipelini (de 40 e 25 unidades, respectivamente), em Jurerê Internacional. “A migração foi muito tranquila e pôde ser paga com os recursos da própria administração”, afirma Tania Maria Nowakowski.
Excesso de fios
João Batista, diretor comercial de empresa especializada que executa esse tipo de trabalho, diz que a procura ainda não está muito grande. “Brasileiro sempre deixa para a última hora”, afirma. Conforme ele, a maior dificuldade na instalação da antena coletiva tem relação com a passagem dos cabos. “Muitos condomínios estão com suas tubulações entupidas, devido às inúmeras operadoras de TVs. Há também muitos cabos desativados”, explica. “Uma dica que nós damos é contratar junto ao serviço de instalação da antena uma limpeza das caixas de passagem e tubulações. Nós analisamos os cabos que não estão sendo utilizados e retiramos tudo, limpamos as caixas e organizamos na medida do possível”.
Júlio Alberto Raymundo, profissional autônomo que presta serviço nessa área, concorda que o principal entrave está no congestionamento de cabos nas tubulações. “É preciso identificar quais os que estão em uso e quais podem ser retirados para a passagem do cabo que leva o sinal digital da antena para cada uma das unidades”.
Manual de orientação
A Seja Digital, entidade não governamental e sem fins lucrativos responsável por operacionalizar a migração do sinal analógico para o sinal digital da televisão no Brasil, tem um manual de orientações direcionado especificamente para síndicos e administradores de condomínios.
De acordo com a gerente regional da Seja Digital, Cheila Zortéa, o primeiro passo para se preparar é verificar a antena coletiva. Para captar o sinal digital, a antena deve ser digital e estar apontada para a torre de transmissão. Também é importante que o síndico consulte uma empresa especializada para ter certeza de que a distribuição do sinal pelo condomínio é adequada para essa tecnologia. Outro alerta é para o aparelho de TV que também precisa estar preparado para receber esse sinal.
“Televisores de tubo ou de tela plana fabricados até 2010 só recebem o sinal analógico e, por isso, precisam de um conversor de sinal, que pode ser adquirido em lojas de eletrônicos. Se tiver dúvidas, o ideal é consultar o manual do fabricante”, comenta Zortéa.
Para tirar dúvidas, os usuários têm à disposição o telefone 147, a ligação é gratuita. Ou podem acessar o site .
Saiba mais
Qual a melhor antena para receber o sinal digital em prédios e condomínios?
A antena coletiva é a mais indicada, mas é preciso verificar se ela tem capacidade para receber os canais digitais em UHF. Para garantir a intensidade do sinal, cumpre verificar a necessidade de utilizar equipamentos como amplificadores de UHF faixa larga, tomadas e divisores com largura de faixa de até 1GHz.
O que faço se o meu prédio já possuir uma antena coletiva?
É preciso verificar se a antena coletiva é UHF e se ela está preparada para receber e distribuir o sinal digital com a intensidade adequada para todos os andares e apartamentos. Se a antena não estiver preparada, pode ser necessário substituí-la por um modelo adequado. Se a distribuição do sinal não tiver a intensidade adequada, pode ser necessário instalar amplificadores em todos os andares.
Todos os moradores recebem o sinal digital com a mesma qualidade?
O sinal digital tem qualidade superior à do sinal analógico. Mas a instalação pode impactar a qualidade do sinal distribuído pelo condomínio.
Fiquem atentos a estas três dicas:
•Sempre desconfie de produtos com preço muito abaixo do normal.
• O cabo mais indicado chama-se RGC-06, que possui a menor perda de sinal por metro.
• Tomadas e divisores usados na distribuição de sinal devem ter largura de faixa de 1 GHz e ser de boa qualidade.