Praticidade do formato é ponto forte, dizem moradores
Para quem já vive em prédios de uso misto, a praticidade de contar com comércios no mesmo imóvel os faz não querer voltar a morar em empreendimentos imobiliários tradicionais.
Nascida na Síria, a dona de casa Margot Lagnato, de 83 anos, vive em São Paulo há cerca de 42 anos, todos eles em um apartamento no Conjunto Nacional, na Consolação (região central).
“Além da localização, perto da Avenida Paulista, tenho tudo muito prático. Para ir ao cinema, é só descer no elevador. Também gosto muito de ir à livraria”, conta ela, referindo-se a serviços presentes no andar térreo do conjunto.
A única reclamação de Margot fica por conta do valor do condomínio. “É bem caro, uns R$ 3 mil, mas meus filhos me ajudam”, conta.
O Copan, projeto de Oscar Niemeyer da década de 1950, é outro famoso edifício de uso misto na cidade de São Paulo. Localizado na República, também região central, recebe só elogios de seus habitantes.
“Tem restaurantes, cafés, bancas de jornal: tudo muito fácil”, conta a aposentada Margarida Cavalcanti Pessoa, de 69 anos, 40 deles vividos no edifício. O grande fluxo de pessoas estranhas no andar térreo do condomínio é visto como vantagem pela moradora. “Eu acho que isso favorece quem vive aqui porque a gente se sente mais segura com tanta gente passando”, opina ela.
A enfermeira Silvia Bonfim, de 47 anos – 10 dos quais vividos no Copan – diz que, após conhecer o prédio, não quis mais morar em outro local.
“Vim visitar um paciente aqui e me encantei com o formato e a localização. Já morei em bairros nobres, como Vila Nova Conceição, Jardim América e Morumbi, mas não troco esse apartamento por nada.”
Ao contrário do que ocorre no Conjunto Nacional, o valor do condomínio no Copan é motivo de alegria das moradoras: R$ 300 mensais.