Zelar pela segurança no condomínio é dever de moradores e funcionários
A violência é a preocupação de todo o morador das grandes cidades. Mas o que a maioria não percebe é que apenas um fator pode fazer a diferença entre uma moradia segura e uma que apenas aparenta segurança: as pessoas. A atenção do morador e do porteiro do prédio são cruciais.
Segundo Geraldo Vitor, gerente geral de Gestão Condominial da administradora APSA, atualmente os bandidos preferem entrar pela porta da frente mesmo, rendendo os moradores. “Há casos em que os porteiros abrem portões para qualquer um que toque o interfone, quando eles estão dentro da garagem, por exemplo. Qualquer um acaba entrando, diz. E é muito comum também o morador abrir para um desconhecido, achando que ele é visitante, quando o porteiro não está por perto. Isto jamais pode ser feito”.
E engana-se quem pensa que muros altos e janelas escurecidas em portarias aumentam a proteção. “Isto facilita a ação, uma vez que os protege da visão das pessoas da rua assim que entram nos prédios”, diz.
A melhor maneira de impedir esse tipo de infração é simples: orientar bem os funcionários e moradores e treiná-los para melhor agirem durante uma situação de risco. “Não há sistema de segurança, controle de acesso ou câmera que funcionem bem, se não houver treinamento e consciência. O empregado deve estar sempre muito atento e trabalhar com zelo”, ressalta.
O crime em residências também, na maioria das vezes, é praticado por pessoas bem vestidas que chegam à luz do dia, se passando por prestadores de serviço. ‘Por isso é fundamental que as pessoas que recebem prestadores de serviço apenas abram a porta quando avisadas pelo dono da casa de que alguém vai lá entregar algo. Se não forem avisadas, é melhor não abrirem”.
Porém, mesmo com equipes muito bem treinadas, o condomínio não deve deixar de instalar os circuitos internos de TV. “As câmeras inibem a ação do bandido e permitem ainda a apuração do que aconteceu, além de facilitar a identificação do criminoso”, lembra Geraldo. “A tecnologia somada aos cuidados humanos é o melhor caminho”.
“Fora do país, a figura do vigilante é trocada pela do zelador”, afirma o diretor da Apsa, Fernando Schneider. Segundo ele, “a maior vantagem do uso de tecnologia é a inibição da falha humana”. No Brasil, sistemas de circuito interno de TV, interfone com vídeo e catracas biométricas são algumas das opções mais comuns como solução de segurança e são usadas com mais frequência nos grandes condomínios.
“São poucos os prédios que vemos fazendo uso apenas de equipamentos, como no exterior, mas acreditamos que é uma tendência para o futuro em condomínios. Os síndicos já se mostram mais interessados em conhecer as novas tecnologias que estão chegando e, aos poucos, irão comparar com os custos de mão de obra”, afirma o diretor, lembrando que grande parte do valor da taxa condominial mensal serve para custear despesas de folha de pagamento.