Orestes Corrêa disse que ela é usuária de drogas e costuma jogar objetos. Prefeitura de Vitória orientou população a procurar serviços de saúde
O síndico de um prédio no Centro de Vitória informou que uma moradora do edifício foi a responsável por atirar as pedras em carros que passavam pela avenida Getúlio Vargas, na última quarta-feira (5). Orestes Corrêa disse, nesta sexta-feira (7), que a mulher é usuária de drogas e tem costume de atirar objetos, como móveis e eletrodomésticos, pela janela.
“O que tiver, que ela conseguir carregar e jogar, ela joga. Só que ela jogava para dentro do prédio, que é a área que a gente entre um prédio e outro. Agora, ela está jogando na lateral onde passa a avenida, o que pode, realmente, matar alguém”, falou o síndico.
Imagens registradas pelo telespectador Elison Pereira dos Santos mostram um dos veículos com o teto solar furado por pedradas. Outro carro teve o vidro da frente quebrado. A Guarda Municipal disse que em um dos veículos estava uma mulher grávida que não se feriu, mas foi socorrida em estado de choque.
O síndico do prédio disse que a moradora fica muito alterada quando faz uso de drogas. “Quando ela não está usando, é uma pessoa maravilhosa. Só que, por infelicidade, nesse período que ela usa droga, fica essa situação lastimável”, explicou.
A avenida Getúlio Vargas, onde os carros foram atingidos, é uma das mais movimentadas do Centro da cidade. Por isso, o risco é ainda maior e Orestes espera que algo seja feito antes que o pior aconteça.
“Levaram a mulher, mas já soltaram de novo. Nesse período de um mês, ela já foi levada três vezes”, contou o síndico.
A Polícia Militar informou que não é papel da instituição intervir em casos como esse.
Prefeitura
A diretora do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Vitória, Anelise Gorza, explicou que, em casos como esse, a paciente precisa ser encaminhada aos serviços de saúde do município.
“Nesse caso, a paciente foi socorrida e levada a um pronto-socorro psiquiátrico. Agora, ela precisa ser referenciada para os serviços do município, de cuidado e saúde mental. Como se trata de uma usuária de substância psicoativa, ela é encaminhada pelo Caps Álcool e Drogas e a gente vai fazer todo um projeto de cuidado, para ela ser tratada de forma efetiva”, falou.
Segundo Anelise, se for caso de internação, é necessário concordância do paciente. “Precisa ser voluntário, mas, para isso, todos os profissionais da equipe de saúde fazem um trabalho de acolhimento, tentando dizer à paciente sobre a importância desse tratamento para a vida dela”, disse.
Quando o paciente é levado a uma emergência psiquiátrica, o quadro dele se estabiliza e o normal, segundo Anelise, é que o tratamento seja interrompido, por achar que já está bem. “Estabiliza o quadro e a pessoa abandona o tratamento. Só que a gente precisa entender que é um tratamento prolongado. Às vezes, é semanal, às vezes, é diário. É um tratamento intensivo”, explicou a diretora do Caps.
A prefeitura orienta que familiares ou pessoas próximas procurem os serviços do município, caso percebam alguma mudança no comportamento do paciente.
“Nós temos as unidades de saúde da família, que vão nos ajudar na visita domiciliar, temos os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que trabalham tanto com a questão do transtorno mental grave quanto com o uso de substância. Então, deve-se procurar a rede de saúde mental e a rede de atenção básica em saúde, num primeiro momento. Precisando de mais suporte, a gente estende para outros serviços”, afirmou Anelise.