Decoração

Vidros valorizam a paisagem urbana

 Basta andar pelas ruas da cidade para presenciar um visual mais colorido na paisagem urbana. São os condomínios que receberam nova roupagem e estão esbanjando muito verde e flores na entrada dos prédios. O responsável pela mudança nada mais é do que os vidros que chegaram para substituir muros e grades tanto em prédios recém-construídos como os mais antigos quando na hora da reforma. “A tendência veio para ficar”, diz o arquiteto Paulo Gobbi, que tem usado o material em muitos projetos que levam a sua assinatura.

Para o arquiteto, as vantagens vão desde a segurança – já que é mais difícil escalar um vidro a exemplo das grades e muros – até a beleza dos jardins.

“Como as plantas ficam mais expostas aos pedestres, os responsáveis pela administração do condomínio são obrigados a manter os jardins mais bonitos”, argumenta. Além disso, segundo ele, os vidros dão a sensação de amplitude da paisagem. Ou seja, quando alguém circula pelas calçadas em meio a muros, o efeito é de uma rua estreita. “Os vidros, ao contrário, aumentam as vias e valorizam os bairros”, completa.

Em se tratando de segurança, Paulo Gobbi cita como exemplo o fato de o vidro permitir ainda um controle visual, o que acaba inibindo a ação de marginais. “A rua que tem vida é uma rua que tem olhos”, quer dizer: detrás de um vidro pode ter alguém te olhando.

Entretanto, em meio às vantagens, também há os pontos negativos. Entre eles, a falta de ventilação e o perigo de atingir os pássaros. “Eles podem achar que não existem barreiras para chegar até as plantas, e acabam esbarrando nos vidros”, lamenta Gobbi.

A arquiteta Vera Theodorico também destaca a falta de ventilação no uso dos vidros para fechamento de muros. “Pode acontecer de você transformar um ambiente fresco em uma estufa”, diz, lembrando que para evitar esse tipo de problema é aconselhável usar vidros mais baixos para não barrar o vento e proteger o ambiente, pois quanto mais alta a mureta, mais sensível fica o vidro. “O importante é sempre consultar um especialista no assunto”, alerta.

E já que a proposta é valorizar o jardim e, de quebra, o imóvel, a dica da arquiteta é optar pelo vidro incolor, proposta também defendida por Gobbi.

“Muitos acabam utilizando vidros laminados-espelhados que, durante o dia, funcionam como um espelho perturbando a utilização pública da rua, já que refletem o vaivém das pessoas. Se a ideia é ampliar o espaço, esse tipo de material deve ser descartado da obra”, aconselha. O mesmo acontece com a utilização de cores que acabam interferindo nos tons naturais da natureza. Quanto à altura, ele recomenda o tamanho de 2 metros e 20 centímetros, somando a mureta de sustentação.

Manutenção

De fácil manutenção, o vidro é simples de ser instalado e tem longa durabilidade. Normalmente, é usado o vidro laminado-temperado – de 10 a 12 mm de espessura – e o suporte para fixação é de alumínio.

“Ao contrário das grades – que enferrujam com o passar do tempo, se não cuidadas – o alumínio não oxida. Para tanto, basta lavar o alumínio com sabão neutro para deixar a estrutura sempre nova”, ensina Paulo Gobbi.

O vidro, embora favoreça o projeto paisagístico, o que agrega valor ao edifício, o preço é bem elevado. “O valor final vai depender do suporte a ser utilizado, do local onde será colocado, do tamanho e da espessura”, diz a arquiteta Vera Theodorico. “Mas o valor investido compensa”, emenda Paulo Gobbi. Segundo ele, se comparado com a manutenção das grades, os vidros se pagam em alguns anos.

Tecnologia

Há 37 anos na profissão, Paulo Gobbi afirma que os tipos evoluíram muito nos últimos anos a ponto de ter vidros autolimpantes, os que regulam temperatura, os que protegem dos raios UV, entre outros. “Em Florianópolis, até 10 anos atrás, os laminados sequer existiam, não tinha mercado para o produto”, diz Gobbi, lembrando que hoje eles são usados até em coberturas de garagens. Em guaritas, segundo ele, os indicados são os espelhados para permitir que, à noite, só o vigia consiga ver quem está na rua.