Nessa reunião de condomínio você vai querer ir
Agora que o carnaval passou e as águas de março vão fechando o verão parece que as resoluções de ano novo vão todas tomando mais forma.
Quase todas as pessoas que moram em condomínios estão recebendo o convite para o “encontro” que irá discutir o orçamento do ano e aprovar as contas do ano anterior.
O mais comum é colocar esse convite num cantinho qualquer e marcar o compromisso na agenda com um (?) torcendo para que aconteça alguma coisa no dia que coloque a reunião do condomínio em segundo plano.
Realmente, tudo que a gente conhece sobre reunião de condomínio não torna esse, o sonho de consumo para uma terça à noite. Mas você já parou pra pensar o que está pagando quando paga o condomínio e que relação isso tem com o valor do seu apartamento? O condomínio, já falamos disso por aqui, é um serviço.
A taxa paga pelo condomínio, deve entregar segurança, limpeza, conservação e, no melhor cenário, a valorização do seu patrimônio.
O apartamento, para a imensa maioria das famílias é o bem mais caro conquistado. E fazer com que este bem valorize tanto quando se este dinheiro estivesse aplicado em um banco não é tarefa simples e depende muito de como esse condomínio esta administrado. Adivinhe? Isso tem tudo a ver com o que é discutido lá na reunião do condomínio. Em especial essa que trata do orçamento.
Não é nada fácil ser síndico em tempos de crise. Não há uma tendência clara de aumento de inadimplência, por aqui, de fato isso não aconteceu. Mas ao mesmo tempo, falar em aumento de condomínio em índices superiores a inflação é muito complicado.
E o prédio precisa ter caixa para ter condições de manter a valorização e para poder competir em valor de m² com condomínios mais novos e modernos. Essa é uma missão indelegável de síndicos e administradores, mas que precisa ser conhecida e compartilhada com os clientes finais dessa gestão: os condôminos.
E as saídas para conseguir conjugar orçamento equilibrado e valorização patrimonial são (ou deveriam ser) a pauta dessas reuniões de aprovação de orçamento. Caminhos possíveis de economia de um lado para gerar receita que viabilizam obras sem aumentos importantes na cota de outro. Criação de um plano de 2,3,5 anos de melhorias contínuas com um grande resultado final. Assim como uma empresa mesmo.
Um diagnóstico da situação atual e um planejamento para alcançar a situação desejada.
Você deve estar pensando, mas essa discussão está muito distante do que acontece nas reuniões do meu condomínio, que fica horas gastando o tempo de todo mundo com questões pontuais e pessoais, acentuando rusgas entre vizinhos e não cria nunca caminhos produtivos… Pode ser que seja assim mesmo. Mas, pode mudar e muda com a participação da turma produtiva que conhece o seu papel e a importância da discussão saudável e propositiva.
O condomínio pode ser palco do compartilhamento do conhecimento interdisciplinar dos seus moradores em um ambiente de democrática inovação visando a valorização do maior bem comum de todos, o imóvel. Que tal pensar desse jeito quando receber o próximo convite para a reunião do seu condomínio?