Empresário afirmou que uso do dinheiro pode ser comprovado através de documentos e notas fiscais solicitadas de bancos e prestadoras de serviço
O ex-síndico de um condomínio de Manaus denunciado de desviar R$ 150 mil das contas do residencial negou hoje (30) as acusações feitas contra ele e disse ser vítima de perseguição. O empresário Francisco Dyego Nascimento do Amaral, 30, afirmou que vai processar quem o acusou de estelionato e que os moradores do local não souberam interpretar corretamente um laudo de auditoria.
“A auditoria não diz nada sobre desvio de dinheiro em conta bancária. Eu estou com o laudo do auditor aqui (foto logo abaixo). O que o auditor está dizendo é que não tem documentos suficientes para comprovar o uso do dinheiro, que não consegue encontrar as notas fiscais desse valor e que precisa de mais tempo para isso”, disse o empresário. “Eles que não quiseram interpretar direito. O auditor não está dizendo que houve desvio”.
Segundo o empresário, todos os documentos e notas fiscais que comprovariam o uso dos R$ 150 mil podem ser acessados no site do residencial ou solicitados do banco. “Os documentos não foram desviados e todos estão escaneados no site do condomínio, no banco de dados. O síndico também pode ir ao banco e solicitar os extratos bancários, ou pedir documentos das prestadoras de serviço”, afirmou.
Denúncia de fuga
O empresário Dyego Amaral ainda foi acusado de fugir do condomínio após dar o suposto golpe, o que também foi negado por ele.
“É uma mentira. Eu tenho uma filha que nasceu de 600 gramas e é especial. A gente precisa de elevador porque ela tem paralisia cerebral, ela não anda, e morávamos no quarto andar. Em outubro já pensávamos em fazer a mudança. Não foi nada em relação a ser síndico ou à denúncia”.
Segundo o empresário, ele vem sendo vítima de perseguição de alguns moradores.
“Um deles vem me perseguindo desde que perdeu a última eleição para síndico. Em abril ele promoveu processo contra condomínio por um suposto furto. Não houve arrombamento nenhum e as imagens das câmeras de segurança não mostraram nada. Ele vinha tentando indenização (devido ao furto), mas eu disse que na minha gestão (como síndico) não ia pagar aquele valor. Aí ele conseguiu apoio de outras pessoas desafetos meus no condomínio”.
Destituído do cargo
Devido aos desafetos, segundo o empresário, ele acabou sendo destituído do cargo de síndico durante assembleia de moradores. Segundo ele, apenas moradores “desafetos” foram à reunião.
“Ele conseguiu uma relação de assinaturas para me destituir, o que foi bastante contestado. As afirmações (justificativas de destituição) foram supérfluas, como atraso de pagamento de conta de energia, morador que não foi notificado por causa de cortina. Os outros moradores acharam que não ia dar em nada, e só foram as pessoas ‘dele’ para a assembleia”, disse.
Após a destituição, conforme o empresário, parte dos moradores invadiu a administração do condomínio e impediu o acesso dele ao local.
“Eles invadiram a administração, trocaram a fechadura e não me permitiram nem eu repassar os documentos, fazer inventário. Eles tomaram posse de tudo”, afirmou. “Já entramos também com ação anulatória dessa assembleia”, acrescentou.
Calúnia e difamação
Dyego disse que vai processar seus acusadores e pedir auditoria própria das contas. “Eu já fiz um BO (boletim de ocorrência) no 19º DIP (delegacia) por injúria, calúnia e difamação. Vamos entrar com um processo por danos morais e materiais contra o condomínio e os autores que divulgaram essa informação mentirosa. E também contratei um advogado e um contador para fazerem auditoria de toda a minha administração”, disse. “Vou buscar reparações de mais de 120 salários mínimos”.
Na última sexta-feira (27), a reportagem do Portal A Crítica tentou contato com o atual síndico por meio da defesa dele, mas ele não quis se pronunciar publicamente.