A vigilância por câmeras é uma das alternativas, mas deve ter a retaguarda de uma central de monitoramento
Embora muitos busquem os condomínios residenciais como refúgio à criminalidade, roubos e outros delitos também ocorrem nesses espaços.
No início da semana, dois roubos a condomínio -- um no Ibiti do Paço e outro no bairro Wanel Ville -- assustaram os moradores. De acordo com empresas que administram condomínios, especialmente com a crise econômica, muitos acabam reduzindo o aparato de segurança para diminuir o valor do condomínio.
Além disso, a imprudência dos próprios moradores enfraquece os sistemas de segurança.
Roberto Costa, proprietário da administradora de condomínios Excellence, explica que existem vários perfis e níveis de sistema de segurança. Os mais caros seriam os que envolvem pessoal, com controladores de acesso, vigias armados e rondas.
"O custo de pessoal é muito alto e em época de crise acabam preferindo os recursos eletrônicos", relata. A opção seria por câmeras de vigilância e cercas elétricas, por exemplo. Ele avalia, contudo, que o ideal seria utilizar esses recursos como auxiliares de profissionais especializados.
Tiago Prado, proprietário da Pact Administradora de condomínios, relata que os custos do serviço de segurança costumam subir em janeiro. É que em dezembro ocorre o dissídio para os controladores de acessso -- que receberam 8% de aumento.
Com isso, as empresas de segurança costumam reajustar os preços neste mês. Para os locais que teriam dificuldade em manter um porteiro, disponibiliza vigilância por câmeras, mas com a retaguarda de uma central de monitoramento na empresa. Ao verificar fatos suspeitos, os funcionários acionam a Polícia Militar.
Falhas de segurança
Para o delegado Acácio Aparecido Leite, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), apesar do avanço tecnológico, nada substitui o elemento humano. Ele ressalta ainda a importância de se contratar empresas de segurança certificadas, e sugere até consultar órgãos de segurança, como a Polícia Federal, antes de fechar o contrato. Ele destaca que algumas empresas inaptas cobram menos.
"Dinheiro gasto com segurança nunca é demais em condomínio", afirma.
O delegado Acácio explica que os assaltos a condomínios costumam ser possibilitados por informações privilegiadas passadas aos criminosos por prestadores de serviços ou pessoas ligadas aos moradores.
Desta forma, os criminosos usualmente já têm um alvo. Ele reforça a importância de um controle rígido do acesso de pessoas aos condomínios.
"A principal orientação é sempre estar atento e nunca deixar de seguir o protocolo de segurança", diz. A imprudência dos moradores facilitaria a ação de criminosos.
Tiago afirma que pelo menos 50% da efetividade dos sistemas de segurança depende dos moradores. Ele relata que, muitas vezes os moradores não querem identificar seus acompanhantes ou se incomodam com algumas regras de segurança.
Além disso, também descuidariam de bens pessoais, deixando os imóveis destrancados e carros abertos.
"O fato de eu morar em um condomínio não significa que estou seguro", alerta. Pequenos furtos dentro dos residenciais também ocorreriam, com o sumiço de luzes de emergência e até do bico das mangueiras de incêndio -- que é feito de cobre.
Apesar dos dois casos desta semana, o delegado afirma que crimes do tipo são pontuais e que não estão aumentando significativamente. Os administradores também avaliam que os assaltos a condomínio não são frequentes na cidade.
Wanel Ville
Além do já noticiado roubo à casa do ex-vereador de Sorocaba, Vitor do Super José, em um condomínio na segunda-feira, outro condomínio localizado no bairro Wanel Ville, na zona oeste de Sorocaba, também foi alvo de criminosos.
De acordo com a Polícia Civil, na madrugada de domingo, um homem teria entrado em uma das residências, agredido a moradora com um soco na cabeça e fugiu com R$ 500, além de uma mala com roupas. A polícia segue investigando o caso e ninguém foi preso.