Moradores de prédios interditados em BH tiram pertences dos apartamentos

Dois prédios de condomínio do Bairro Camargos foram interditados após o desabamento parcial de um muro. Trinta e seis famílias estão desalojadas

Moradores de dois blocos do Condomínio Residencial Assunção Life, no Bairro Camargos, Região Oeste de Belo Horizonte, estão retirando roupas e objetos pessoais dos prédios 13 e 14 na manhã desta quinta-feira monitorados por vistoriadores da Defesa Civil de Belo Horizonte.

Com o desabamento parcial de um muro nos fundos dos dois blocos, a Defesa Civil interditou esses dois prédios por conta do risco para a estrutura caso mais pedaços do muro desabem. "Como a estrutura do prédio é autoportante, ele não aguenta pancada e por isso houve a interdição", explica o vistoriador da Defesa Civil Marcos Vinícius Vitório.

Quarenta apartamentos foram impactados, sendo que pelo menos quatro, segundo moradores, estão vazios, o que significa impacto direto na vida de 36 famílias. Além da interdição dos blocos 13 e 14, a Defesa Civil também isolou uma área de um dos apartamentos do bloco 25, por conta do risco de outro muro desabar e atingir a área privativa do imóvel do primeiro andar.

O complexo de prédios é composto por 34 edifícios, somando 680 apartamentos, e foi entregue há cerca de 18 meses pela Construtora Tenda, responsável pelo empreendimento. Moradores disseram que dois engenheiros da empresa estiveram na manhã de hoje observando a situação, mas eles desconversaram e não quiseram dar entrevista.

O analista fiscal Sawel Peres de Assis, 32 anos, é o dono do apartamento 104 do bloco 25, que teve a área privativa isolada. "Hoje é meu primeiro dia de férias e acontece isso. Desde que a construtora entregou o condomínio temos problemas. Eles sempre estão fazendo remendos. Não consegui dormir essa noite e fui para a casa da minha mãe", afirma.

Segundo a Defesa Civil, a Tenda foi notificada a apresentar um plano de ação para as áreas com problemas do condomínio. A Defesa Civil também aguarda um engenheiro da Associação Brasileira de Mecânica de Solo para apoiar nas análises e ver se realmente é necessário manter os dois blocos interditados.

Por meio de nota, a construtora informou que providenciou a remoção das famílias para um hotel e que “está prestando toda a assistiência necessária aos moradores do residencial”. Ainda segundo a Tenda, há uma equipe da empresa dedicada a esclarecer as causas do desabamento.