Dezenas de gatos foram mortos num condomínio na Barra da Tijuca
A Polícia Civil investiga o extermínio de gatos no condomínio Le Parc da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a denúncia de moradores, armadilhas foram colocadas nas áreas comum do condomínio para matar ou sumir com animais que habitavam o local. Dois funcionários do local prestaram depoimento na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) nesta terça-feira, e estão sendo investigados por crime ambiental. O síndico do condomínio não foi encontrado para comentar o caso.
Armadilhas foram encontradas no condomínio e um vídeo gravado por moradores flagrou quatro filhotinhos de gato mortos dentro de uma delas. Além desses animais, outros foram atraídos para as armadilhas que, supostamente, continham veneno misturado em ração. Segundo a legislação, o crime de maus tratos contra animais silvestres, domésticos ou domesticados é de 3 meses a um ano.
Cem reais por cada gato
A vontade de remover os gatos do condomínio é um desejo de parte dos moradores do local. Em 5 de janeiro, segundo a ata de uma reunião do ao qual o EXTRA teve acesso, mostra que o condomínio ofereceu uma verba de R$ 100 para cada pessoa que levasse um dos gatos que estava na área comum do Le parc.
A verba destinada para isso era de R$ 3 mil por ano. Moradores que não quiseram se identificar, com medo de represálias, afirmaram que os animais começaram a desaparecer do local desde então, sob alegação de que teriam sido adotados.
Moradora do Le Parc há mais de 10 anos, a médica Maria de Fátima Dantas, de 56 anos, costumava alimentar os gatos e ficou chocada com a crueldade.
— Os gatos começaram a desaparecer e sumiram em massa. Aproveitaram que eu viajei e fizeram uma armadilha. Foi um artifício cruel. Alguns moradores queriam providências enérgicas para tirar gatos do local, mas eles são selvagens e estavam no território deles — disse a médica.
Segundo Fátima, cerca de 12 animais teriam desaparecido. Eram gatos adultos e filhotes que viviam em áreas verde perto do condomínio que tem 13 blocos. O Le Parc foi construído numa área onde vivem animais como capivaras, gambás e outros animais silvestres, e o temor dos moradores é que outras espécies tenham sido mortas também.