Segundo especialistas, a média de redução de inadimplência após a profissionalização da gestão é de 95%
A administração de condomínios do Brasil começou a se profissionalizar há cerca de 30 anos, mas na última década, devido o crescimento do número e tamanho dos condomínios e da inserção de diversos novos serviços, principalmente nos macrocondomínios, as empresas especializadas se tornaram um braço direito necessário aos síndicos e a figura do síndico profissional começou a surgir.
O gerenciamento exclusivamente pelo síndico-morador é uma realidade que tende a entrar em extinção, principalmente nos condomínios maiores, com centenas de apartamentos, onde situações que já eram complicadas, como a cobrança de taxas de manutenção de condomínio e planejamento orçamentário, ficam superdimensionadas. Até mesmo as assembleias entre moradores exigem uma logística difícil de ser viabilizada, sendo necessária até mesmo uma administração setorizada, exigindo a presença de subsíndicos, subordinados a um síndico geral, que é quem tem o contato direto com a administradora.
“A autogestão praticamente não existe em alguns estados do centro-oeste, como no Distrito Federal e Goiás, mas o condomínio é uma empresa, a diferença é que não tem fins lucrativos”, diz Paulo Roberto Melo, presidente da ABRASSP – Associação brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais . A redução das inadimplências é outra preocupação a menos na cabeça do síndico. A média de redução de inadimplência após a profissionalização da gestão é de 95%. Só no Distrito Federal, onde a profissionalização da gestão condominial está mais acelerada, as ações por falta de pagamento de condomínios estão em queda desde 2011. Os números divulgados pela ASSOSÍNDICOS-DF com o balanço do ano passado apontam que essa redução foi de 4% em relação a 2014.
“A administradora tira a pessoalidade desse processo, dando um aspecto mais profissional, que contribui para inibir as inadimplências”, afirma o presidente. Além dos grandes empreendimentos, que por sua natureza de diversos serviços atrelados ao dia a dia condominial exigem uma administração profissional, até mesmos os condomínios de pequeno porte necessitam do suporte técnico das administradoras. Para gerenciar contratos e funcionários, os síndicos precisam dominar conhecimentos sobre direito trabalhista, administrativo, civil, tributário, entre outros.
Com o apoio das empresas de administração condominial, os síndicos passam a trabalhar de forma mais segura e a ter um papel diferente, saindo da esfera administrativa direta (como pagamento de salários, planejamento financeiro, contabilidade, entre outros). “Quando o síndico cumpre com todas as obrigações da legislação, assessorado pela administradora ou consultoria jurídica, ele terá a possibilidade de direcionar o seu foco para a solução de problemas dentro do condomínio. Pois a parte fiscal e tributária ficará a cargo desta empresa”, comenta Paulo Roberto Melo.
Além de estar em dias com a lei, uma das grandes vantagens para os condôminos quando optam por uma administração profissional é a redução de algumas taxas serviços. Como as administradoras fazem compras em grandes quantidades ou realizam alguns serviços com frequência, eles conseguem baixar os preços. “Como trabalhamos sempre em contato com esses fornecedores de condomínios, temos um poder de barganha maior para negociar os valores e as condições de pagamento”, declarou o executivo.