Sistema foi interditado pelos bombeiros há quase duas semanas. Advogado do Privilége pede a troca da rede de gás na Justiça desde 2015.

O sistema de gás do condimínio de luxo Privilége, em Vitória, interditado há quase duas semanas, já passou por pelo menos 60 reparos desde a sua entrega, segundo o Corpo de Bombeiros. O sistema só será liberado após a apresentação de um laudo que comprove a segurança.

O advogado do condomínio disse que já entrou com uma ação contra as construtoras para pedir a troca da rede desde 2015.

O condomínio Privilége, que fica no bairro Santa Helena, teve o sistema de gás interditado devido a irregularidades em testes, que comprovaram vazamentos na rede. No total, as 190 famílias que moram no condomínio de luxo estão sem gás para cozinhar e sem água quente no chuveiro.

"A gente reconhece que é um incômodo grande, mas continuar operando esse sistema sem a certeza de que ele é seguro, o dano depois vai ser muito maior do que o incômodo de ficar sem água quente ou fogão a gás", afirmou o tenente-coronel Rodrigo Nascimento Ribeiro Alves.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, desde que o prédio foi entregue, em agosto 2010, pelo menos 60 reparos já foram feitos na rede de gás. A decisão de suspender o fornecimento foi uma medida preventiva já que existia o risco de explosão.
"Havendo vazamento de gás, o risco de explosão é real e iminente, basta apenas que haja uma proporção ideal entre ar e gás", afirmou Alves.

Os moradores não precisaram desocupar as duas torres do condomínio, mas vão continuar sem gás até que um laudo seja apresentado ao Corpo de Bombeiros.

"A única coisa que a gente precisa é que o condomínio apresente o laudo feito por um profissional habilitado dizendo que o sistema foi testado e normatizado. Com essa documentação, é feita a desinterdição", explicou o tenente-coronel.

Ação judicial

O advogado do condomínio, Gedaias Freire da Costa, disse que entrou com uma ação contra as construtoras no inicio de 2015. De acordo com ele, as empresas estão recorrendo.

"A ação visa a troca total da rede de gás, tendo em vista que nós temos mais ou menos 50 vazamentos em apartamentos e na rede primária do condomínio", disse.

Construtoras

As empresas Metron e Rossi informaram que contrataram uma empresa especializada para fazer o laudo de estanqueidade, solicitado pelo Corpo de Bombeiros.

As redes internas de cerca de 50% dos apartamentos foram vistoriadas e não possuem vazamento de gás. Os testes foram suspensos até que seja concluída a realização de uma perícia judicial, feita por um engenheiro indicado pelo juiz responsável pelo processo.

Moradores

As mais de 190 famílias que residem no condomínio estão sem gás para cozinhar e esquentar a água do banho. Uma dona de casa, que é moradora do condomínio e não quis ser identificada, explica que está complicado fazer comida e tomar banho sem gás. Ela tem duas filhas pequenas.

"É um transtorno porque a gente tem criança, horário de almoço, compromissos com escola. Não tem como tomar banho quente, precisa aquecer a água com ebolidor ou microondas. As pessoas estão comprando fogareiro elétrico e panelas elétricas”, contou.