Rachaduras em edifício na Savassi voltam após reforma

Moradora reclama que construtora maquiou problemas causados por obra vizinha; empresa garante que intervenções foram suficientes

Dois dias após voltar para a casa, depois de quase três semanas fora, a dona de casa Mariana Carmelita Batista Novaes, 46, percebeu que os problemas que a obrigaram a deixar seu apartamento, na esquina das ruas Antônio de Albuquerque e Levindo Lopes, na Savassi, capital, voltaram a acontecer.

São trincas e rachaduras no piso e nas paredes que, segundo ela, foram provocadas pela construção de um prédio vizinho. A dona de casa reclama que os problemas teriam sido “maquiados” pela empresa responsável pelo empreendimento, que a manteve em um hotel com a promessa de resolver as falhas estruturais do apartamento.

“Desde que as demolições para o início das obras começaram, há quatro anos, nós não tivemos mais sossego. A casa ficou cheia de rachaduras, vidros das janelas quebraram, móveis estragaram, e até infiltração na parede teve aqui”, contou Mariana, que vive há 42 anos no local. Em 2015, O TEMPO mostrou a situação.

Em 3 de junho, Mariana procurou a empresa que, no dia 6, a enviou para um hotel com a família para fazer os reparos. “No dia 24, uma sexta-feira, falaram que poderíamos voltar para o apartamento, e, no domingo, as rachaduras voltaram uma a uma, na sala e na área externa. Eles só passaram tinta, mascararam os problemas”, contou.

Mariana procurou novamente a empresa, que, segundo ela, teria dito, por meio de representantes, para ela procurar a Justiça. “Só quero que a empresa cumpra a promessa que fez”, revelou.

Resposta. Em nota, a Patrimar, construtora responsável pelo empreendimento, afirmou que fez as reformas necessárias e que enviou um funcionário ao local após ser notificada pela moradora sobre uma nova rachadura.

Histórico

Obra. Em janeiro de 2015, a Defesa Civil determinou o isolamento do muro que separa a casa de Mariana e as obras do empreendimento. Um tapume foi colocado até que as obras necessárias fossem feitas.

Barulho e poeira geram reclamações
Iniciada em 2014, a construção do empreendimento tem previsão de conclusão em dezembro de 2017. Enquanto isso, moradores do prédio vizinho reclamam das consequências das obras.
“Meu filho tem asma e sofre com a poeira. Além disso, perdi todos os alunos de aulas particulares por causa do barulho”, contou a dona de casa Mariana Carmelita Batista Novaes, 46.

A coordenadora de consultoria Rachel Sabino, 38, também reclama. “O barulho é o que mais incomoda, mas meu medo maior é que esse prédio desabe”, disse. A Patrimar não se posicionou sobre as reclamações. (RM)