Edifício JK cobra condomínio em dinheiro e revolta moradores em BH

Segundo denúncia dos moradores, para saber o valor que deverá ser pago, é preciso ir pessoalmente até a administração do tradicional condomínio

Moradores do Conjunto Governador Kubitschek, o tradicional edifício JK, desenhado por Oscar Niemeyer e localizado no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, têm expressado insatisfação com uma mudança na forma de pagamento do condomínio. Segundo relatos recebidos por O TEMPO, a administração passou a aceitar apenas pagamentos em dinheiro para a mensalidade com vencimento em outubro, sem fornecer qualquer justificativa ou comunicado oficial sobre a alteração.

"Soubemos da mudança de boca a boca. Não emitiram sequer um comunicado", relata uma moradora, que prefere não se identificar. De acordo com ela, os condôminos estão "exaustos" com o que consideram falta de clareza na gestão do edifício.

Outra moradora, que também não quis se identificar, afirma que a ausência de transparência levanta suspeitas, inclusive, sobre o destino do dinheiro. "Por que apenas dinheiro? E por que não fomos informados adequadamente?". Além disso, afirma que os moradores não receberam boletos para efetuar o pagamento.

"Para saber o valor do condomínio, temos que ir até a administração. Isso é inadmissível. Quem usa dinheiro físico hoje em dia? Mesmo que houvesse um problema no sistema, uma solução deveria ter sido buscada antes da cobrança. E, acima de tudo, a administração deveria ser transparente", critica.

 As reclamações sobre a gestão do condomínio se acumulam. Segundo os moradores, o sistema de administração é antiquado, e a comunicação com os residentes é falha.

"A administração é paga para prestar serviços, mas está muito aquém do mínimo esperado. Eles não dialogam, não aceitam sugestões e parecem não ter interesse em melhorar a tecnologia do prédio ou modernizar o sistema financeiro", desabafa uma moradora.

Outro ponto de insatisfação é o reajuste da taxa condominial. Os moradores afirmam que foram informados sobre um aumento de 10% a 12%, mas dizem que não foram consultados ou incluídos no processo de decisão.

A reportagem tentou contato com a síndica do condomínio por telefone desde a noite de segunda-feira (30), porém, não teve resposta sobre a polêmica até a tarde dessa terça-feira (1º de outubro). O espaço permanece aberto para que a administração apresente seu posicionamento.