Valor da taxa condominial

Média de taxa condominial no Brasil equivale a quase 45% do salário mínimo

Léo Mack*

Um levantamento feito pela uCondo — startup especializada em plataforma para gestão condominial — com 3.330 condomínios de todos os estados brasileiros mostrou que a média da taxa condominial no Brasil é de R$ 634,24 (sendo o menor valor R$ 72, e o maior, ficando acima de R$ 6 mil), o que equivale a quase 45% do salário mínimo (R$ 1.412). Essa disparidade entre as menores e maiores taxas condominiais se deve a uma série de variáveis, que vão desde a localização, de acordo com cada município e bairro, aos diferentes tipos de serviços ofertados pelos condomínios.

É preciso considerar, também, que a taxa condominial teve um aumento geral notável em 2023. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação afetou consideravelmente o custo do condomínio, que aumentou 6,74%, visto o aumento das taxas que o compõe, como de água e esgoto, que subiu 10,08%.

Não é surpresa, portanto, que os dados da Serasa de fevereiro de 2024 indiquem 72 milhões de brasileiros em situação de inadimplência. Quando o assunto é pagamento da taxa condominial, a inadimplência atingiu um índice recorde e fechou 2023 com 24,04%, de acordo com a base de dados da uCondo. Sem dinheiro para controlar todas as contas, muitas pessoas acabam pagando as mais urgentes, como o próprio aluguel, e a taxa do condomínio se torna uma dívida que pode até virar uma “bola de neve”.

A urbanização no país, então, acompanha as diferentes condições econômicas e os múltiplos estilos de vida dos habitantes. Em uma mesma cidade, é possível encontrar condomínios com parquinho para crianças, espaço para animais de estimação, área para festas e churrasco, piscina, coworking, academia e até salão de beleza, da mesma forma que se encontra prédios em que as áreas comuns são apenas o estacionamento e as escadas, sem maiores comodidades.

Mas quero destacar que os próprios moradores podem fazer escolhas que venham a impactar na taxa, por isso é tão importante participar ativamente das reuniões e convenções. De forma geral, quando checamos o histórico financeiro dos condomínios, é visível que o que mais pesa nas contas são as folhas de pagamentos para funcionários fixos, como porteiros, faxineiros e zeladores.

Se, por exemplo, o condomínio deixa de ter condições econômicas para arcar com esses custos, outras alternativas podem ser criadas, como a automatização da portaria para liberação de entrada e saída de pessoas e a criação de uma agenda de limpeza, manutenção e reparos para o condomínio.
É preciso, sempre, buscar soluções para evitar a inadimplência, porque quando há moradores que não estão pagando a taxa condominial, todos os condôminos arcam com essa despesa. Afinal, as contas do condomínio precisam fechar, então quando a inadimplência aumenta, a taxa sobe para suprir essas falhas no balanço. A inadimplência é um mal para todos os condôminos, não apenas para o endividado.

Para realizar as substituições e cortes de gastos, o controle financeiro do condomínio é essencial. Se você não sabe quem e quanto está devendo, como vai avaliar negociações e soluções? A tecnologia especializada é nossa maior aliada nesse caso, porque tem a capacidade de criar planilhas financeiras e relatórios, posicionando a situação econômica do condomínio, além de emitir notificações automáticas de envio de boletos, inadimplência e novos prazos para pagamento, segundo as políticas do condomínio que devem ser estabelecidas em convenção. Assim, o síndico só entra em cena como último recurso, caso o morador permaneça inadimplente, evitando desgastes desnecessários. A organização é uma característica vital para manter as contas do condomínio em dia.

* Cofundador e diretor de operações da uCondo, startup especializada em plataforma para gestão condominial