Imagens mostram "encontrão" e discussão entre condômino e síndico, que alega ser perseguido por sua orientação sexual
A Delegacia de Combate à Intolerância investiga um suposto caso de homofobia que teria acontecido em um prédio residencial na região central de Porto Alegre. O síndico registrou boletim de ocorrência relatando que teria sido empurrado e ofendido por um dos moradores. Segundo ele, o caso teria sido motivado por sua orientação sexual.
O episódio aconteceu na última terça-feira (9) e foi captado pelas câmeras de monitoramento do prédio. O vídeo mostra um "encontrão" entre os dois e capta áudio de xingamentos.
"Desde que assumi como síndico, em 2022, ele agride verbalmente e, agora, fisicamente. Há relatos de moradores de que ele afirma que não aceita um LGBT como representante do condomínio. Ele também já me interpelou aos gritos na rua dizendo que era para atravessar para o outro lado senão ele ia me arrebentar", relata o homem, que pede para não ser identificado.
O síndico conta que estava saindo do prédio para tomar chimarrão, segurando uma garrafa térmica junto ao peito. Segundo o homem, com o choque entre os dois, a garrafa teria quebrado e derramado água quente sobre ele, o que teria provocado queimaduras de primeiro e segundo graus. Foi a partir desse momento que teriam começado as ofensas:
"Ele começou a me chamar para brigar na rua deliberadamente e gratuitamente. Não consegui reagir, porque a dor estava intensa e ainda estava atordoado com o que estava acontecendo."
O caso chegou até a Polícia Civil na sexta-feira (12), a partir do registro do boletim de ocorrência. A Delegacia de Combate à Intolerância apura o caso como homofobia, lesão corporal e perseguição. A delegada responsável não passa detalhes, mas o advogado do síndico, Diego Candido, diz que testemunhas devem ser chamadas nos próximos dias para prestar depoimento.
"A vítima já foi ouvida e submetida ao exame de corpo de delito, e a investigação está avançando. Precisamos dar ênfase para a gravidade do caso, pois envolve crime cometido dentro de um prédio residencial, onde residem ambas as partes envolvidas. Além disso, não se trata de fato isolado, pois a vítima vem sofrendo perseguição por parte do agressor há bastante tempo, o que também é alvo de investigação", afirma o advogado.
Contraponto
Procurado pela reportagem de GZH, o morador negou que tenha cometido crime contra o síndico e afirma que só vai responder em juízo.