Mesmo aqueles que não são muito ligados à política, hoje está quase impossível não se envolver. As discussões sobre as eleições estão em toda parte. E o que a política tem a ver com a atividade de síndico? À primeira vista, pode parecer que nada. No entanto, ao analisarmos mais de perto, são muitas as similaridades.
O condomínio é uma célula da sociedade e, como tal, prevê uma série de direitos e deveres para todos. Esse grupo de pessoas que convive no mesmo espaço possui um representante legal, o síndico, o qual, igualmente como o político, é eleito pela maioria. “O que acontece na política, guardadas as devidas dimensões, ocorre no condomínio. O síndico, para se eleger, deve conquistar seus eleitores, os condôminos, apresentando suas propostas de gestão”, compara a Profa. Rosely Schwartz.
De acordo com a docente, o modo como o síndico vai desempenhar seu papel e se relacionar com o grupo será fator determinante para o sucesso ou o fracasso da gestão e, consequentemente, para a satisfação ou a hostilidade dos condôminos e inquilinos, assim como os cidadãos em relação aos políticos.
Em tempos de eleições acirradas, da mesma maneira que é árdua a missão do político de agradar a todos, o síndico tem o desafio de lidar com um grupo formado por pessoas com diferentes aspirações e traços culturais diversos, e que, na maioria das vezes, não participam da vida condominial.
OMISSÃO
“Quando não participamos das decisões do condomínio, estamos nos omitindo e, quando isso ocorre, abrimos caminho para que o outro ocupe esse espaço, delegando, frequentemente, nossa opinião para um grupo minoritário”, alerta a docente.
Assim como o político, o gestor condominial lida com orçamentos e, onde há dinheiro, pode haver espaço para as fraquezas humanas, os mal-intencionados, que se utilizam do seu poder para obter benefícios pessoais em detrimento da coletividade, como superfaturamento de obras, recebimento de serviços, presentes, etc., desvios de conduta que caracterizam a corrupção, como ocorre na política.
MORADORES
Os moradores possuem um papel muito importante na gestão. É o exercício da cidadania. Devem participar ativamente e buscar conhecimento sobre seus direitos e deveres, principalmente os expressos na Convenção e no Regulamento Interno. Além disso, é preciso fiscalizar e cobrar transparência, frequentar as assembleias e acompanhar os Demonstrativos Financeiros mensais, que devem ter fácil acesso e compreensão.
SÍNDICOS
Aos gestores que atuam de maneira ética, cabe a eles conhecer os moradores e incentivar a sua participação para que se divida responsabilidades; ter um amplo canal de comunicação para informar regularmente o que ocorre no condomínio, suas despesas, mesmo as de menor valor, para que a gestão seja transparente.
Em todo processo de escolha de um representante, seja presidente, governador, deputado ou síndico é essencial conhecermos suas propostas, seu real currículo, seu comprometimento e caráter, para que possamos ter, no caso do condomínio, um ambiente de paz e valorização patrimonial. Já na cidade e no país, uma nação tranquila e mais justa, com oportunidades para todos.