Reginaldo Lima, 51, sofreu racismo do francês Gilles David Teboul no prédio onde trabalha, em Copacabana
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) aceitou a denúncia contra o médico francês Gilles David Teboul, acusado de injúria racial, ameaça e agressão contra o porteiro Reginaldo Lima, 51. O crime aconteceu no dia 26 de junho, no prédio onde a vítima trabalha, em Copacabana, zona sul do Rio.
A denúncia foi aceita pela 27ª Vara Criminal da Capital com decisão do juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, que também negou o pedido de autorização para que o médico viaje para a França no dia 24 de julho. A defesa de Gilles também pediu para que o processo tramitasse em segredo de Justiça, mas foi indeferido pelo juiz indeferiu:
“A denúncia preenche os requisitos formais consubstanciados, uma vez que conta com a exposição dos fatos criminosos com todas as suas circunstâncias, assim como a qualificação do denunciado e a classificação dos crimes. Ao mesmo tempo, constata-se a presença de justa causa para a deflagração da ação penal. Dessa forma, recebo a denúncia”, diz um trecho da decisão.
O francês foi acusado por ter usado expressões como “negro” e “macaco” ao se dirigir ao porteiro para reclamar de um problema no elevador. Toda a cena foi registrada por câmeras de segurança, que flagrou Gilles agredindo fisicamente Reginaldo.
Sobre o pedido da defesa para que o processo tramitasse em segredo de Justiça, o juiz destacou em sua decisão o motivo de ter negado: “O processo criminal deve ser público por excelência, notadamente com o intuito de desmotivar a prática de crimes e preservar a transparência necessária à sociedade”, disse Flávio Itabaiana.
O Metrópoles entrou em contato com Gilles para comentar sobre a decisão judicial, mas até a publicação da reportagem, não obteve retorno. O espaço segue em aberto.