Atualmente 18% dos síndicos no país são profissionais, porém não necessariamente dispõem de educação financeira o suficiente para investir de forma segura, legal e rentável os recursos do condomínio
A capacitação do síndico é um tema cada vez mais debatido no universo condominial do país, pois a função de síndico exige além de dedicação, preparo e conhecimento para desempenhar um trabalho que agrade aos condôminos e proporcione prosperidade na gestão.
Segundo o Censo SíndicoNet 2021, somente 18% dos condomínios do Brasil possuem síndicos profissionais. Embora este dado represente uma inclinação do mercado para a substituição do síndico voluntário para o remunerado, especialmente, se comparado ao ano de 2013, em que apenas 6% eram considerados profissionais, nem todos possuem conhecimento relacionados à investimentos, por exemplo. A pesquisa foi realizada nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
Roberto Piernikarz, sócio-diretor da BBZ Administradora de Condomínio, acredita que a plena capacitação é o caminho da função do síndico, pois a chegada da educação, especialmente em âmbito financeiro, corrobora na gestão mais eficiente, aquela mescla os conceitos do dia a dia do edifício: manutenções, gestão de pessoas e demais atribuições cotidianas com a inteligência financeira.
“Na BBZ, alocamos os síndicos de acordo com seu nível de experiência e perfil, com gerentes que correspondem a essa complementaridade. Além disso, sempre que há mudanças significativas na legislação promovemos eventos e/ou comunicações orientativas e, na medida do possível, fazemos parcerias com instituições que são especialistas em suas respectivas disciplinas para também orientá-los”, comenta Roberto.
O Código Civil permite que o síndico seja pessoa física ou jurídica (Art. 1.347 e Lei de Condomínios e Incorporações nº 4.591/64, Art. 22, §4º), sem a necessidade de residir no condomínio, mas a legislação não estipula os conhecimentos prévios ou formação específica para exercer a função de síndico.
Observando essa necessidade, o mercado apresentou diversos cursos para a profissionalização dos síndicos, os quais passam um panorama geral, uma vez que o cargo de gestão exige um aspecto pluralista. Contudo, o conhecimento financeiro, jurídico e gerenciamento de pessoas são os tópicos mais relevantes para o responsável civil e criminal do condomínio.
A importância do conselho na gestão do síndico
O artigo 1.356 do Código Civil afirma que a função do conselho é “dar parecer sobre as contas do síndico”, entretanto, no dia a dia, muitas vezes, esse órgão acumula outras atividades, especialmente dependendo do que cada convenção determina. Via de regra, além de monitorar os passos do síndico, o conselho também contribui para que as melhores decisões sejam tomadas.
Um fator importante é o bom diálogo que o conselho deve manter entre si e com os moradores que não fazem parte, pois representam os seus interesses. Dessa forma, precisam estar disponíveis para prestar esclarecimentos se houver necessidade, afinal, todos compartilham do mesmo objetivo: a saúde financeira e operacional do condomínio.
“A importância do conselho se dá pelo apoio ao síndico para tomar decisões estratégicas, muitas vezes atreladas a questões financeiras, e também para adotar medidas com mais segurança”, comenta Guilherme Pitta, educador na Xpeed, escola de educação financeira da XP.
Por que a saúde financeira nos condomínios é essencial?
O síndico que possui o domínio das estratégias econômicas contribui muito para a saúde financeira do condomínio, fator que reflete também nas demais dinâmicas como convivência harmônica, conservação e manutenção, pois o edifício que apresenta um caixa consistente reduz significativamente os pontos de conflito.
Paulo Cunha, sócio-fundador da iHUB Investimentos, acredita que uma das formas de cuidar da saúde financeira do condomínio, além de possuir uma rentabilidade no valor investido para realizar benfeitorias e eventuais reformas com a intenção de valorizar os imóveis, é criar um fundo específico de rendimentos, que pode oferecer benefícios já no médio prazo, como:
Aumento da previsibilidade das taxas condominiais;