Hábitos pós-pandemia

Academias de ginástica viram itens obrigatórios nos projetos

Um novo item tem se tornado indispensável nos novos projetos imobiliários, principalmente depois da pandemia: as academias de ginástica. A facilidade de ter um espaço fitness a poucos andares de casa ganhou força com a imposição do home office e do distanciamento social. Além de garantir bem-estar e saúde, a iniciativa gera economia de tempo e de custos.

No Art’e Tijuca, empreendimento da Fernandes Araujo no bairro de mesmo nome, além dos equipamentos típicos para a prática de exercícios, há um espaço dedicado a treinos esportivos: circuito de corrida, campo de futebol e espaço montado para a prática de crossfit ao ar livre.

— Academias nos condomínios não são exatamente uma novidade no mercado, mas tornaram-se essenciais com a mudança de comportamento das pessoas em função da pandemia. Fazer exercícios no prédio, além da vantagem financeira, representa conforto e praticidade — ressalta Flávia Katz, gerente de Marketing da construtora, acrescentando que a empresa lançará em breve um novo empreendimento com a oferta dos mesmos serviços em Olaria.

As academias também passaram a ser o foco de construtoras nos empreendimentos enquadrados no programa Casa Verde e Amarela, do governo federal. Um deles é o Central Park , em Duque de Caxias, da Riviera Construtora, que pretende ser um bairro planejado no município da Baixada Fluminense. O projeto contempla 24 blocos de 20 apartamentos de dois quartos, com 47 metros quadrados, que custam a partir de R$ 133 mil. Três dos blocos, já licenciados, serão entregues até 2024 – o primeiro está previsto para novembro deste ano.

Incentivo

A estrutura de lazer do condomínio, que inclui piscina, quadra poliesportiva, parque infantil e área verde, terá 1.400 metros quadrados ao ar livre, incluindo a academia, que contará com diferentes equipamentos para exercícios físicos. A diretora Comercial e de Marketing da Riviera Construtora, Jamille Dias, diz que o objetivo do espaço aberto é incentivar a prática de outras atividades, além de ser uma opção mais adequada aos atuais padrões impostos pela pandemia.

— A ideia é que o espaço estimule práticas de ioga e de outras modalidades esportivas, por isso, incluímos a quadra poliesportiva no projeto. Os benefícios são de conhecimento de todos: para se exercitar, o morador não precisa se locomover, usar carro e se estressar no trânsito, por exemplo.

Personal trainer há 17 anos, Aline Silva Cardoso diz que tem reparado, desde o início do ano passado, aumento do fluxo de moradores em academias instaladas nos condomínios onde dá aulas. Ela informa que agora fazem parte do seu grupo de alunos pessoas que cancelaram a matrícula em academias de rua para treinar apenas nos espaços dos prédios onde moram.

— Mesmo passada a fase aguda da pandemia e com a abertura de espaços públicos, as pessoas continuam preferindo treinar nas academias que funcionam nos condomínios. Tenho observado também uma frequência muito maior de idosos desde que explodiram os casos de Covid-19 — comenta.

Segundo ela, esses espaços de treinos tinham antes apenas equipamentos básicos, mas, com o aumento do número de frequentadores, passaram a contar com mais aparelhos de modelos mais sofisticados.

Espaço fitness é debatido nas assembleias

A destinação de espaços para o funcionamento de academias em edifícios residenciais que ainda não contam com essa estrutura tem sido objeto de pauta constante das reuniões de condôminos. Zeca Sasson, sócio da Sindiko Profissional, diz que o assunto tem sido frequentemente debatido, embora não seja de fácil aprovação em função dos custos de aquisição dos equipamentos.
Um dos prédio sob a gestão dele está adaptando uma sala antes destinada às crianças para montar uma academia. O local passou por reforma e ganhou ar-condicionado e televisão. No momento, os moradores estão orçando e avaliando o valor dos aparelhos que serão instalados no espaço.

— Além da praticidade, uma academia bem planejada pode valorizar o imóvel. E, depois de montado, o espaço fitness tem baixo custo de manutenção e não impacta de forma significativa o valor do condomínio — destaca Sasson.

Por outro lado, ressalta ele, a administração desses espaços ficou mais criteriosa com a pandemia. Portas e janelas devem permanecer abertas, mesmo com o ar-condicionado ligado, e os equipamentos são higienizados com álcool em gel, tanto pelos funcionários dos condomínios quanto pelos usuários, antes e depois do uso.

— É uma questão de saber viver em condomínio. Os horários são pré-agendados pelos moradores, e apenas duas pessoas permanecem no espaço ao mesmo tempo. Nos edifícios que têm espaços disponíveis, colocamos esteiras e bicicletas em áreas abertas — informa.