Você sabe o que é ESG? O termo ESG (da sigla me inglês Envirormental, Social e Governance – em português, Ambiental, Social e Governança) ganhou força no ambiente corporativo nos últimos anos. Trata-se de um conceito criado como um conjunto de regras para avaliar o desempenho das empresas que toma como referência esses três princípios, a fim de estimar sua competitividade no mercado e, como consequência, aumentar a lucratividade e direcionar os investimentos.
Como o condomínio, cada vez mais, deve ser administrado como uma empresa, mesmo que sem a finalidade de lucro, o conceito ESG vem sendo incorporado à gestão condominial, ainda sem a conotação direta do conceito ESG. As práticas de desenvolvimento sustentável, as quais se alinham ao ESG, são um caminho sem volta em todos os níveis da sociedade, tornando-se estratégicas para a administração. Além da redução de custos a médio e longo prazos, implementar um projeto sustentável traz qualidade de vida e promove a valorização patrimonial.
Já para o síndico profissional, adotar o conceito ESG em sua administração demonstrará um diferencial importante para o acirrado mercado, tornando-o mais competitivo. Da mesma forma, as administradoras de condomínios que tiverem como valores essas práticas, tornando-se inclusive porta-vozes do conceito para seus clientes, terão seu trabalho muito mais valorizado.
Quais ações podem ser feitas pelo síndico para pôr em prática um projeto ESG?
Antes de mais nada, é recomendável que o gestor faça um diagnóstico para verificar qual o nível de sustentabilidade o condomínio já tem e o que deve ser implantado para melhorá-lo. Cada condomínio terá a sua particularidade, mas, em geral, as necessidades mais observadas são:
No plano AMBIENTAL
- Uso racional da água: equipamentos como torneiras e válvulas de descargas eficientes, controle do consumo de água por ambientes (áreas externas e internas, paisagismo, limpeza, etc.), criação de sistemas que possibilitem o reúso de água de chuva e de água cinza (coletada das torneiras das pias, máquinas de lavar, etc), medidores individuais de água (por unidade). Os últimos dois itens mencionados possuem um processo mais custoso e complexo de se implementar, mas que vale a pena avaliar o retorno sobre o investimento e a valorização que trará ao imóvel. Realizar campanhas para uso responsável da água.
- Desempenho de energia: acompanhamento da performance dos sistemas e gerenciamento do consumo, como elevadores e bombas de recalque, grandes vilões das despesas com energia; cuidados com a iluminação também são importantes, como uso de lâmpadas de LED com sensores de presença, aproveitamento da luz natural para iluminar ambientes e utilização de cores claras para propiciar mais claridade. Verificar a possibilidade da geração de energias renováveis, como a solar fotovoltaica para aquecimento da água consumida pelas unidades e da piscina, além da devolução do excedente produzido para a rede com o desconto na conta do condomínio.
- Descarte correto de lixo: implantação da coleta seletiva, com separação adequada dos materiais orgânicos e recicláveis; coleta de óleo de cozinha, pilhas e baterias, de simples implementação a baixo custo.
No plano SOCIAL
- Dar boas condições de trabalho aos colaboradores, com o uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) adequados para cada atividade; incentivar o aprendizado e troca de experiências, oferecendo cursos de capacitação; respeitar relações de trabalho.
- Cuidados com a privacidade e a proteção de dados e relação com a comunidade (entorno do condomínio).
- Zelar para que exista no condomínio um ambiente de harmonia e respeito entre todos os envolvidos, colaboradores, moradores e prestadores de serviços.
- A relação com os prestadores de serviço deve ser baseada no respeito mútuo, que vise à segurança dos trabalhadores, com o cumprimento de todas as normas envolvidas.
Na GOVERNANÇA
- As palavras de ordem na gestão devem ser ética e transparência na prestação de contas. Para que haja transparência, o gestor deve pesquisar junto aos moradores se os demonstrativos financeiros são compreendidos e realizar as alterações necessárias.
- Conselho consultivo participativo e independente.
- Organização de assembleias produtivas.
- Criar e manter um canal eficiente de comunicação com os moradores, visando atender às suas expectativas.
- Respeito e transparência na relação com as empresas terceirizadas, que deve ser baseada em contratos, com uso de EPIs para garantir a segurança e observação da legislação.
- Valorização patrimonial, com as devidas manutenções preventivas e corretivas, sempre no rigor de normas e leis.
- A auditoria externa poderá ser usada como importante instrumento para avaliar a atuação dos gestores na condução da administração do condomínio, dando maior tranquilidade aos condôminos.
Fonte: Profa. Rosely Schwartz