Condomínios do Rio de Janeiro podem ser vetores do Covid-19. Saiba como resolver este problema
Há mais de um ano, cariocas convivem com restrições e mudanças impostas pela pandemia. O distanciamento social, cuidados sanitários e a necessidade de permanecer em casa geraram um efeito colateral muito particular com impacto direto no ambiente residencial. Com fechamento de escolas, academias e expedientes presenciais, milhares de famílias precisaram passar os dias em casa, ressignificando a convivência com vizinhos e trazendo novos desafios para síndicos e administradoras. Como consequência foi aumentada a necessidade de profissionalizar a gestão de prédios e condomínios com a contratação de síndicos profissionais e administradoras.
Do álcool em gel ao aumento do volume de lixo, as novas demandas passaram a ser uma rotina exigente. “É preciso entender que as novas demandas impostas pela pandemia foram repentinas e com efeito cascata. Por exemplo: com o aumento do número de entregas e deliverys, o trânsito de pessoas nos prédios aumenta. Com isso, é preciso definir um protocolo sanitário para cada tipo de portaria, além de treinar funcionários e síndicos para lidar com a questão da segurança para evitar assaltos durante as entregas”, comenta Luiz Fernando Barreto, presidente da Estasa, administradora que atende mais de 600 condomínios na cidade.
Segundo Barreto, as regras sanitárias de ouro implementadas pela Prefeitura são apenas uma parte do trabalho que síndicos e administrações precisaram resolver. “Foi necessário montar um planejamento específico com fases de abertura de atividades e áreas comuns dos condomínios, um trabalho minucioso para adaptar à realidade de cada prédio. A atuação de síndicos profissionais e suporte das administradoras foi fundamental para todo este processo”, explica.
Reciclagem e solidariedade
Uma das maiores mudanças comportamentais nesse período foi o aumento de compras online, principalmente para alimentação. Em locais com muitos apartamentos, o volume de lixo reciclável gerado se tornou um desafio, e que foi muito bem contornado em um condomínio localizado na Zona Oeste. Com 264 unidades, o conjunto onde atua o síndico profissional David Marcolino implementou soluções criativas para lidar com o acúmulo de lixo reciclável.
“Nós já fazíamos a coleta seletiva, mas com a pandemia, além do aumento de volume desse lixo, os catadores e pessoas que trabalham com coleta deixaram de vir buscar o material e ficamos com um impasse. Conseguimos firmar uma pareceria com o projeto social Acolher, que passou a coletar nosso lixo reciclável e o valor gerado passou a ser revertido para distribuição de quentinhas para pessoas atendidas pelo projeto”, conta David.
Inovação para resolver velhos problemas
As palavras organização e comunicação definem atributos fundamentais para um bom funcionamento na gestão condominial e na relação com moradores. A dinâmica na rotina de demandas e o aumento dessas situações em tempos de pandemia exigem soluções criativas e práticas. Com isso, muitos condomínios adotaram um aplicativo no qual moradores podem ter acesso a todas as informações como atas, datas de assembleias, marcação para uso de espaços comuns e comunicados. A adoção de tecnologia trouxe maior rapidez na solução de problemas e atualmente permite que seja evitado o contato físico com documentos ou a necessidade de encontrar pessoalmente o síndico.
“O aplicativo que a Estasa disponibiliza para nosso condomínio veio para ajudar com todas as questões informativas e burocráticas, mas o bacana é que também podemos utilizar para outras situações do dia a dia como segurança, como quando moradores podem avisar pelo app que estão esperando uma visita e deixam a portaria ciente”, comenta Thiago Alves, auxiliar administrativo em um condomínio localizado em São Cristóvão.