Apesar da força da água, que destruiu quatro imóveis e dois veículos, ninguém se feriu. Os moradores de uma das residências estavam no local
Um dia após o desabamento da caixa d’água no Imperium Residencial, em Vicente Pires, as marcas da tragédia permanecem no local. Nesse domingo (15/11), a base de sustentação do recipiente, de 30 mil litros, cedeu, destruindo quatro imóveis e dois veículos. Ninguém se feriu.
Com uma loja de faixas funcionando ao lado do prédio, o senhor Eliseu da Silva, de 62 anos, disse que recebeu a notícia do acidente com aflição.
“Tomei um susto quando recebi o vídeo da tragédia. Primeiro, por causa dos senhores, já de idade, que moram no terreno ao lado da minha loja”, revela Eliseu, demonstrando preocupação com integridade física de seus locatários, com quem afirma ter uma boa relação.
Uma vez sabendo que ninguém ficou ferido, a angústia de Eliseu se voltou aos prejuízos financeiros. “Eu não pude vir aqui ontem para ver a situação, então só hoje pela manhã eu consegui abrir a loja para saber se algo tinha sido danificado”, contou o comerciante. Para sua sorte, seu estabelecimento, que fica ao lado das casas destruídas, não sofreu qualquer tipo de dano, e já funciona normalmente.
Um dos filhos do casal, que também possui comércio próximo à residência atingida, disse, em entrevista ao Metrópoles, que os pais estão “bem apesar do susto”. “Eles estão apenas chateados com toda a situação, mas pacientes para resolverem tudo o quanto antes”, comentou Michel. Ele também confirmou que os pais estão hospedados em hotel, pago pela construtora do Imperium Residencial, e que “não veem a hora de retornar para sua casa, com quintal e cachorro”, afirma.
Sorte, aliás, é como Bruno Valdez descreve o ocorrido. O homem de 29 anos é síndico do condomínio Imperium, edifício do qual a caixa d’água desabou. Ele ficou surpreso quando soube que o acidente não teve maiores proporções. “Não sei como os senhores que moram aqui ao lado saíram vivos. Foi milagre ninguém ter morrido”, admite o autônomo após ver os estragos provocados pela força água.
Quanto às causas do acidente, Bruno comenta que foi um erro de execução da obra da base do equipamento de distribuição de água no prédio. “A impermeabilização da base foi mal feita, o que umidificou o concreto da estrutura e, com o peso e oxidação, cedeu”, explica o síndico.
Devido ao erro na edificação, o administrador do condomínio garantiu que a construtora está cuidando de todos os prejuízos, inclusive oferecendo hospedagem aos vizinhos que tiveram os imóveis prejudicados. Segundo ele, a Defesa Civil já liberou o retorno dos moradores ao prédio, que não teve qualquer abalo em suas estruturas.
“As duas paredes [ao redor da estrutura] vieram a cair ao mesmo tempo devido ao impacto de quase 1 tonelada”, explicou ao Metrópoles o tenente-coronel Lopes, da Defesa Civil.
Conforme o representante da Defesa Civil, depois de equipe do órgão vistoriar o prédio e as residências vizinhas, os especialistas emitiram quatro interdições e uma notificação. Os habitantes do local puderam pegar apenas os seus documentos.