Thiago Nery, de 17 anos, morreu na hora. Colega de escola, que também foi atingido, quebrou o tornozelo e passa bem

 

A Polícia Civil abriu um inquérito nesta quinta-feira (14) para descobrir exatamente o que provocou a queda da marquise que deixou um jovem morto nos Jardins, Zona Oeste da cidade de São Paulo. O síndico do prédio residencial disse que contrato uma empresa em junho e o engenheiro teria dito que não havia risco.

Por volta das 19 horas de quarta-feira (13), a queda da marquise de um prédio residencial na Rua Bela Cintra atingiu dois amigos. Thiago Nery, de 17 anos, morreu na hora, e João Tess Portugal, morador do prédio e completando 18 anos, quebrou o tornozelo e sofreu escoriações.

Peritos da polícia estiveram no prédio nesta quarta para tirar fotos da estrutura, fazer medições, conversar com síndicos e funcionários.

O síndico do prédio disse à polícia que em junho contratou uma empresa justamente para averiguar a segurança da marquise, e que o engenheiro disse que não havia risco.

Em nota, a Subprefeitura de Pinheiros não encontrou registros recentes de obras no prédio, e que apenas obras que interferem na estrutura precisam de autorização do poder público.

Um representante do Conselho Regional de Engenharia (CREA-SP) disse que, aparentemente, a marquise estava muito pesada para pouca sustentação. "Parece que a construção foi feita de acordo, mas sofreu intervenções de manutenção, que podem ter comprometido, principalmente com essa colocação de sobrecarga visível que a gente vê aí", apontou Marcelo Bruni.

A responsabilidade pela segurança de qualquer estrutura de um prédio, no entanto, é do condomínio, que pode responder civil e criminalmente pelo acidente, de acordo com o especialista Marcio Rachkorsky.

"Começa nas assembleias a discutir o tema e a fazer uma caixinha extra. Assim sempre vai um dinheiro para a cada cinco anos fazer um laudo, uma inspeção. Esse é o caminho para gente futuramente evitar esse tipo de coisa", orientou.

Polícia investiga queda de marquise de um prédio em São Paulo

Imagens de segurança do edifício mostraram os dois estudantes olhando para o alto, quando, de repente, a estrutura vem abaixo. O rapaz da direita, de camiseta escura, é Thiago Nery.

Um funcionário da manutenção do prédio viu o acidente e ajudou a aliviar o peso que estava sobre os rapazes usando um macaco hidráulico. "O João falava assim: ’eu não to conseguindo respirar, eu não to conseguindo respirar, me ajuda’. Eu tava no lugar certo, na hora certa, e graças a Deus o rapaz conseguiu ser salvo", disse.

O corpo de Thiago foi enterrado nesta tarde em Laranjal Paulista, no interior do estado. João continua internado. Amigos do rapaz prestaram homenagens no colégio onde ele estudava. Aulas e provas foram suspensas.