Adolescente indicou aos policiais onde havia sangue e o local exato onde a mãe dele caiu baleada
A Polícia Civil do Ceará continua tentando desvendar se Jamile de Oliveira Correia foi vítima de suicídio ou homicídio. Nesta segunda-feira (23), peritos realizaram diligências vistoriando o carro e o apartamento da empresária, em Fortaleza. A mulher foi baleada no fim da noite do dia 29 de agosto de 2019, socorrida ao Instituto Doutor José Frota (IJF) na madrugada do dia 30 e teve a morte constatada no dia 31.
Desde o dia 2 de setembro, data que a Polícia Civil tomou conhecimento do ocorrido, o advogado e namorado de Jamile, Aldemir Pessoa Júnior passou a ser considerado pelas autoridades como principal suspeito pelo crime. Por volta das 16h desta segunda, os peritos chegaram ao 2º Distrito Policial (Aldeota) e vistoriaram a Cherokee Sport da vítima, automóvel no qual ela foi socorrida por Aldemir junto ao filho dela, um adolescente de 14 anos. Uma hora depois, começou a perícia no apartamento onde o atentado aconteceu.
A perícia no apartamento teve duração de, aproximadamente, três horas. Ao fim da diligência, o advogado da família de Jamile, Flávio Jacinto disse que a participação do adolescente foi importante para esclarecer onde havia sangue, assim como o local exato em que a mãe dele caiu baleada. Os autos apontam que na data do crime, além do casal, só o jovem estava presente no apartamento.
Ainda segundo os autos, Aldemir e o adolescente retornaram ao imóvel após deixar Jamile no IJF. O advogado teria pedido à empregada doméstica que limpasse o chão do apartamento. A empregada prestou depoimento à Polícia Civil na semana passada e, segundo apurado pelo G1, teria sido coagida pelo advogado a dar informações específicas às autoridades a favor dele. Ao G1, Aldemir Pessoa Júnior negou que tenha tentado interferir no depoimento da mulher.
Local do crime
Conforme o advogado da família de Jamile, Flávio Jacinto, a participação do adolescente na perícia ocorrida no apartamento foi fundamental. "O local do crime foi muito alterado e jamais isso poderia ter acontecido. Ele veio, arrumou, limpou algumas coisas. O menino apontou até onde ele limpou e disse como a mãe foi socorrida. Ele esclareceu que quando chegou no closet, a Jamile já estava baleada. Não presenciou diretamente o crime", afirmou. A defesa de Aldemir também acompanhou a diligência realizada no apartamento e se pronunciou afirmando que irá aguardar o resultado da perícia para poder se posicionar.
Ainda nesta segunda-feira, antes do início das perícias, o maqueiro do IJF que ajudou no socorro de Jamile, prestou depoimento no 2º Distrito Policial. Os advogados de defesa e de acusação afirmaram ao G1 que o depoimento do trabalhador não acrescentou informações novas, isto, porque, ele só esteve junto à vítima quando ela já estava inconsciente.
Ao todo, 38 pessoas depoimentos já foram colhidos pelas autoridades. Mais sete pessoas devem comparecer à delegacia para contar suas versões nesta terça-feira (24). A Polícia Civil do Ceará tem até próximo dia 2 de outubro de 2019 para finalizar o inquérito sobre a morte da empresária.