Um dos pontos principais de um apartamento, as varandas se tornam alvos fáceis nos projetos de moradores que querem investir numa mudança no lar. Seja com novas pinturas, aplicações de revestimentos ou até mesmo fechá-las e integrá-las à sala da casa, é preciso ter cuidado com a forma como as mudanças serão feitas, para não infringir nenhuma regra do condomínio e gerar problemas posteriormente.
Kelsor Fernandes, presidente do Sindicato da Habitação da Bahia (Secovi-BA), explica que o ponto principal de problemas em relação às varandas em condomínios está justamente na vontade que muitos condôminos têm de fechá-las. Para isso, é preciso consultar a convenção ou regimento interno do local, para ter certeza de que as alterações estarão dentro de um padrão preestabelecido, não ocorrendo o risco de ter uma possível modificação da fachada do prédio.
"A penalidade maior para pessoas que façam algum tipo de reforma nas varandas sem antes consultar o regimento ou solicitar a avaliação do projeto de alteração em uma assembleia seria o síndico entrar com um processo na Justiça para que a pessoa seja obrigada a reverter a obra para o estado original do prédio, como já ocorreu em alguns casos", lembra Kelsor. "Em muitos locais é estritamente proibido modificar a estrutura da fachada, como quebrar paredes, alterar o peitoril, mudar as cores externas e por aí vai", reforça.
Adequação
Com tudo dentro das regras previstas, que podem incluir padronização de vidros, revestimentos e esquadrias, é preciso definir qual a utilidade que a varanda terá, podendo ser um lugar para cozinhar, de convivência ou até mesmo apenas contemplação, e definir se realmente é prioridade fechá-la ou não, para então começar de fato o projeto de modificação do local.
"Adequar as necessidades do cliente ao padrão dos prédios é muito fácil, pois as possibilidades quando se tem uma varanda fechada são imensas, podendo colocar cortinas, churrasqueira, criar uma varanda gourmet", exemplifica a designer Cecília Avena. "Muitas pessoas têm o desejo também de integrar a varanda à sala, então, para isso, é preciso pensar numa troca de pisos, já que a varanda costuma ser um nível abaixo da sala, por ser uma área externa".
Para a arquiteta Suzane Cabus, é possível fazer a integração dos ambientes sem descaracterizar a varanda, sem necessariamente fazer apenas uma extensão da sala. Ela aponta também a necessidade de encontrar ou criar pontos hidráulicos e elétricos no local, a depender da utilidade que a varanda terá, como um lugar para fazer refeições ou receber eventos, podendo conter bancadas, pias, adegas e tudo que esteja dentro da vontade do cliente para o uso do local.
Ela ainda ressalta o fato de que varandas abertas são mais restritas e precisam de maiores cuidados, por conta da maior exposição ao vento, chuva e ao salitre em áreas litorâneas. "Para espaços abertos, os móveis e equipamentos devem ser mais resistentes e práticos, para que possam ser trocados de lugar mais facilmente", explica a arquiteta.
*Sob a supervisão da editora Joyce de Sousa (interina)
O QUE SE DEVE CHECAR ANTES DO PROJETO