Fazer economia quando o assunto é segurança, na maioria das vezes, não é uma boa opção
Uma preocupação de muitas famílias nos dias atuais, em meio à crise econômica que estamos vivendo, é o custo das taxas de condomínio verticais, em especial de prédios menores onde a distribuição das despesas fica ainda mais pesada para os usuários.
Uma das novas tendências de mercado é a Portaria Virtual, que sabemos que tem claramente como foco e objetivo reduzir custos com mão de obra da segurança. Gostaria de convidá-los a uma reflexão sobre esse tema, pois entendemos ser extremamente relevante na hora da tomada de decisão por um serviço desse gênero. Para tanto algumas perguntas devem ser respondidas, como por exemplo: se você vai reduzir os custos com a segurança e consequentemente o nível de segurança e conforto, então por que morar em um prédio e não em uma casa mais espaçosa e com um valor mais acessível, colocando alguns equipamentos e sistemas de segurança eficientes?
Provavelmente o custo será mais interessante. Imagine que você esteja chegando à noite no seu condomínio e percebe que tem alguém seguindo você. Ao acionar a abertura do portão, uma pequena pedra dentro do trilho faz com que ele trave. O que você faria nesse caso? Óbvio que a maioria das empresas sérias nesse ramo tem em seu contrato um tempo de resposta para esse tipo de atendimento de manutenção, mas não creio que esse tempo satisfaça em especial uma situação como essa.
Quando se fala em portaria virtual, obviamente tem que se ter em mente que algumas adequações deverão ocorrer. E isso inclui por exemplo mudança no tipo de fechaduras dos portões, controle de acesso, gerador e nobreaks, iluminação adequada, além de outros itens.
Tudo para que a solução para o condomínio esteja dentro de um padrão de qualidade e eficiência. Nesse caso é fundamental calcular quanto tempo vai levar para recuperar o material investido, nunca se esquecendo de que, se por ventura a experiência não for satisfatória, toda essa mudança e valor investido serão jogados fora. Já atendemos um episódio onde um homem chega tranquilamente no portão de um prédio com vigilância virtual, coloca o dedo na biometria, faz uma carinha de que o equipamento não estava funcionando, pega uma micha (simulando ser uma chave), abre o portão e segundo consta, o operador do monitoramento entendeu que aquilo era uma chave e que o homem era um morador... simples assim... O suspeito entrou e realizou o assalto.
Reforçamos a ideia de que fazer economia quando o assunto é segurança, na maioria das vezes não é uma boa opção. A insegurança que vivemos é justamente porque nossos governantes são simpatizantes desse pensamento, sucateando ao longo do tempo nossa polícia, deixando-a sem equipamentos de inteligência, informação e tecnologia adequadas.
Obviamente que nossa intenção não é condenar a portaria virtual. Entendemos que ela não pode ser descartada como uma solução, em especial para condomínios pequenos, mas para que isso atinja resultados mais assertivos e traga uma melhor segurança, um bom estudo de sua viabilização é fundamental.
* Adalberto Santos é especialista em segurança e diretor superintendente da Sigmacon. É consultor, palestrante, analista em segurança empresarial e criminal. Possui pós-graduação de processos empresariais em qualidade, MBA em administração e diversos títulos internacionais na área de segurança.