Regras para uso dos espaços de lazer são essenciais para convívio
Um dos principais desafios para administradores e síndicos de condomínios é auxiliar no bom funcionamento dos empreendimentos. O primeiro passo é manter um bom relacionamento com os condôminos e priorizar uma convivência harmônica, gerenciando para que cada residente contribua com as regras e obrigações dos espaços condominiais.
Morar em um condomínio possui inúmeras vantagens, como praticidade, conforto e segurança. No entanto, algumas ações do cotidiano são precedidas por regras básicas, que são discutidas em assembleias e reuniões condominiais. A correta utilização dos espaços de lazer, como piscina, brinquedoteca, área gourmet, academia e espaço de festa, é fundamental para um ambiente tranquilo.
De acordo com o presidente do Sindicato da Habitação da Bahia (Secovi), Kelsor Fernandes, são feitos convenções e regimentos baseados no Código Civil, que permite incluir e aplicar regras para as instalações. “É importante estar ciente do dever de cada um, quando você vive em um loteamento ou prédio, você divide lições obrigatórias para deixar o espaço aproveitável para outras pessoas”, disse.
Segundo a coordenadora de contratos e gestão de condomínios do Grupo Real, Valéria Rangel, as normas básicas para usabilidade desses espaços são pensadas para o melhor aproveitamento coletivo. “Cada área possui um horário de uso, isso é estabelecido por cada condomínio, sempre respeitando o social. Essas regras são estabelecidas nas reuniões feitas pelos síndicos em conformidade com condôminos. Além de compreender que pensar no próximo é viver bem”, frisou a coordenadora.
Uma das regras gerais se aplica na utilização das piscinas para todos os condomínios, obedecendo ao número de visitantes na área, de acordo com o regimento interno. Além da proibição de consumo de alimentos na área da piscina, não usar garrafas e copos de vidro, utilizar a ducha antes e após entrar na água. E não usar aparelhos de som nem passar óleos bronzeadores e cremes de cabelo. “O primordial é ser educado e entender que cada ação gera uma reação. O espaço da piscina precisa ficar limpo, até a próxima manutenção”, avaliou Valéria Rangel.
Cada equipamento
No condomínio Spazio Solar do Parque, em Narandiba, a administradora Arleide Pereira explicou que há regras diferentes em cada espaço. O empreendimento tem um salão de festa, uma piscina adulto e outra infantil e academia. Uma das restrições do espaço residencial refere-se à utilização do salão de festas, que apenas o morador pode locar o salão, e é preciso formalizar em lista com nomes e documentos de identidade de cada convidado, para liberação na portaria. “São algumas das normas que os moradores precisam seguir”, afirmou.
A estudante de enfermagem Amanda Ferreira, 23 anos, conta como funciona no condomínio Summer Timme, no Imbuí, onde ela mora. “Há quase um ano resolvi morar em um loteamento residencial, e não são todas as práticas do cotidiano que podemos realizar. Aqui no Summer, para usar a piscina é preciso se atentar às regras, apenas três visitantes devem utilizar o espaço. E as roupas não podem ser estendidas na varanda de maneira alguma”, disse.
No condomínio Mansão Jardim Imperial, na Pituba, a síndica Irene Wanderley, 78 anos, reforça a importância de uma boa gestão condominial e de compartilhar os cuidados com os residentes. “Eu faço a gestão como um hobby, como se tivesse cuidando da minha própria casa. O síndico precisa ser responsável pela manutenção e o funcionamento de todas as áreas do condomínio, intermediando as regras com quem utiliza esses espaços”, diz.
Conscientizar moradores
Para ela, incentivar a conscientização dos moradores torna o espaço ainda melhor. “Precisamos pensar como um todo, e as normas significam respeitar o direito do outro. Não ditamos regras, apenas orientamos para uma convivência tranquila, sem estresse”. O condomínio Mansão Imperial tem 40 moradores, com piscina, quadra, brinquedoteca e um salão de festas, utilizando o regimento interno diferente, com horários flexíveis. “Reunimos sempre as solicitações e aplicamos da melhor forma. Estamos aqui para somar junto com cada morador e tornar o empreendimento harmonioso”, diz.
Os erros mais comuns são cometidos por descuido ou não cumprimento das obrigações condominiais. “Cada ação gera uma reação, ainda mais quando falamos de compartilhamento entre os usuários. Se você deixa de seguir uma norma, você é notificado, se o caso se agravar e cometer repetidas vezes o mesmo erro acarreta multa”, disse a administradora Arleide Pereira.
Dividir os mesmos espaços é tarefa difícil e precisa de responsabilidade para o bem-estar coletivo. A colaboração de todos os indivíduos é destacada nas normas e direitos do Código Civil vigorado em 11 de janeiro de 2003, pela Lei Federal nº 10.406/05, que discorre em relação dos moradores e da administração de condomínio.
“A nossa constituição é o Código Civil que estabelece a forma de uso e os deveres de cada integrante. O que muda são os regimentos internos, horários de acesso às áreas, quantidade de visitantes e outras obrigações importantes para uma convivência amigável”, salientou Valéria Rangel.
*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló