Conhecimento específico dos equipamentos garante a segurança da operação
Ficar preso no elevador é o tipo de situação pela qual ninguém quer passar, mas, para os síndicos que passam pela experiência, ficar do lado de fora de um elevador travado é tão desgastante quanto estar no lado de dentro. Porém, a pressa em retirar as pessoas pode causar acidentes. A orientação para estes casos é unânime: nunca tente destravar o equipamento, chame o técnico responsável.
Para Daniel Montenegro, técnico de uma empresa de manutenção elevadores em Florianópolis, a orientação para que as pessoas sejam retiradas somente por pessoas capacitadas em casos de parada involuntária do elevador é uma questão unicamente de segurança. “O técnico é treinado para as diversas situações que ele pode enfrentar para garantir o máximo de segurança para todos os envolvidos. Um elevador parado com a porta na metade da altura do piso pode se mover e causar um grave acidente. Parado acima do nível do piso pode causar uma queda no fosso se alguém tentar abrir na pressa de sair do equipamento”, explica.
O Corpo de Bombeiros também recomenda que a primeira ação seja o contato com o serviço de emergência da empresa responsável pelo equipamento do edifício. “O Corpo de Bombeiros pode ser acionado caso não haja tempo hábil ou alguém esteja passando mal ou com condições insalubres. Possuímos um conhecimento geral para fazer o resgate enquanto o técnico tem o conhecimento específico de cada elevador”, declara o tenente André Prates, Chefe do Centro de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
Uma vez preso dentro de um elevador, a recomendação do Corpo de Bombeiros é a de manter a calma. “A claustrofobia natural do ser humano pode apavorar as pessoas, mas, uma vez feito contato com o técnico e ele esteja a caminho, o ideal é aguardar. Os elevadores são projetados com saídas de ventilação segundo normas técnicas e testados pelo INMETRO”, explica o tenente.
Orientações a síndicos e moradores
- Antes mesmo de acontecer um incidente com o elevador, observe se o equipamento de seu prédio traz fixado na parede da cabine, placa com os contatos da empresa responsável pela manutenção do maquinário, do Corpo de Bombeiros e do edifício. Caso não tenha, faça a solicitação ao síndico.
- Quando o elevador enguiçar, alguns passageiros têm a reação de tentar abrir a porta. O que não é correto, pois eles podem acabar provocando acidentes. No lugar de mexer nas portas ou no teto, acione o alarme, interfone para a portaria, telefone para algum vizinho ou parente, chame pelo zelador, mas não tente intervir.
- Os elevadores não são totalmente vedados, como alguns imaginam. Mas há, de fato, uma restrição de ar. Portanto, caso esteja acompanhado de outros passageiros, evitem falar muito.
- O resgate não deve ser feito por zeladores nem porteiros. Ambos não são habilitados a fazer tal procedimento. Mesmo com o elevador desligado, os riscos de acidentes são altos. Os funcionários do edifício e os síndicos devem acionar a assistência técnica e o Corpo de Bombeiros e conversar com os passageiros que estão presos, mantendo-os informados até a chegada do resgate.
- Se você for síndico, zelador ou morador e estiver ajudando no socorro, procure repassar para os profissionais de resgate o número e as condições de todos os passageiros.
- Após o resgate das vítimas, o elevador deve permanecer interditado e com as portas dos andares travadas, para evitar que outras pessoas se acidentem. O equipamento só deve voltar a funcionar depois de liberação da assistência técnica.
- Os edifícios devem contratar empresas credenciadas para manutenção periódica de seus elevadores. Caso contrário, o síndico ou administrador poderá ser responsabilizado pelas consequências da má conservação.
Fonte: Corpo de Bombeiros