Quando é a hora de fazer um retrofit elétrico?
Condomínios mais antigos e que nunca realizaram qualquer adequação na instalação talvez estejam precisando passar por uma revisão na estrutura
Desligamento de disjuntores, curtos-circuitos, alto gasto de energia elétrica sem justificativa e até mesmo a queima de aparelhos. Estes são alguns dos sinais que indicam a hora de fazer um check-up das instalações elétricas do condomínio.Devido à sobrecarga na rede, muitos edifícios residenciais e comerciais têm apresentado a necessidade de uma readequação nas instalações, seja por efeito do desgaste dos materiais e das estruturas ou da demanda exigida pelas novas tecnologias implantadas.
Como solução para o problema, o engenheiro Wagner Gonçalves Castanheira, diretor do Centro Brasileiro de Engenharia e Sistemas (CBES),indica a realização do retrofit, que mantém a conservação da estrutura original do edifício, acrescentando a ela materiais e equipamentos modernos. A defasagem estrutural e tecnológica tem feito com que prédios mais antigos apostem nessa técnica, através de uma espécie de atualização, para que possam se manter modernos e valorizados. O que contribui também para tornar um condomínio antigo mais competitivo e atrativo no mercado em relação aos novos empreendimentos imobiliários, que já são equipados com o que há de mais avançado.
“O retrofit é recomendado quando os equipamentos e dispositivos encontram-se em estado de decomposição ou estão expostos, o que denota fim da vida útil dos componentes do sistema elétrico. Além disso, entendo que a grande vantagem está em, além de evitar riscos aos usuários, poder aplicar o que temos de mais atual no mercado. Um bom exemplo é a troca das lâmpadas normais por LED, que reduz o consumo de energia e tem maior durabilidade”, explica.
Como dica ele reforça os cuidados com cabos expostos, que são risco eminente de acidentes fatais, e destaca a atenção total no momento da execução da reforma e quanto a produtos de origem desconhecida.
Readequação
Em Florianópolis, o Condomínio Residencial Graciosa, construído na década de 1980 em Coqueiros, passou no início do ano por um processo de adequação elétrica nas áreas comuns, com a troca dos seis quadros de medidores e os dois de distribuição geral.
Além disso, também foram substituídos os disjuntores desses quadros, dispositivos contra surto (DPS) e o barramento de equipotencialização principal (BEP) foi interligado ao aterramento existente, tudo em conformidade com o projeto aprovado na CELESC. A obra foi realizada em duas semanas e contou com a supervisão de engenheiro responsável e a execução de empresa especializada em instalações elétricas. O investimento total foi de R$ 40 mil.
De acordo com a síndica Marta Beatriz Etges, a obra foi realizada por questões de segurança e adequação às normas atuais, uma vez que os equipamentos estavam defasados e ainda seguiam as determinações da época em que o edifício foi construído.
“Entendíamos como necessária a modernização da estrutura das áreas comuns e a importância de deixar em conformidade com as novas regras. Agora estamos passando por outra reforma para a substituição de toda a fiação elétrica das garagens, corredores, escadarias, jardins e sistema de motobombas, que deve ser concluída na segunda quinzena de dezembro. Paralelamente ainda serão trocadas as lâmpadas remanescentes por LED e será instalado o sistema de luzes de emergência no condomínio”, conclui.
DICAS
- Problemas elétricos apresentam sintomas como: o aumento repentino da conta de luz, queima prematura dos sistemas de iluminação, desarme frequente de disjuntores
- Realize manutenção preventiva de todo o sistema elétrico do condomínio. Aborde o tema na pauta das assembleias
- Faça o aterramento nos circuitos elétricos
- Não utilize instalações elétricas provisórias ou precárias (gambiarras)
- Procure um profissional habilitado para reparar as instalações
- A cada 10 anos refaça o estudo de carga do condomínio para saber se a infraestrutura elétrica está de acordo com a demanda de carga.