Fragmento de osso que aparenta ser um fêmur de um adulto passará por exames. Bombeiros acharam bolsão de ar nos escombros

 

A equipe do Corpo de Bombeiros localizou na tarde desta sexta-feira (11) novos restos mortais nos escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou após um incêndio no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo. As equipes informaram, ainda, ter encontrado um bolsão de ar.

Inicialmente não se sabia se o fragmento de osso seria humano ou de um animal de estimação. À tarde, porém, o tenente Guilherme Derrite confirmou que o resto pertence, sim, a uma pessoa.

Segundo o bombeiro, o fragmento de osso "aparenta ser o fêmur humano, adulto. Não podemos afirmar ainda o sexo”, disse.

O capitão Marcos Palumbo, porta-voz da corporação, disse que, por volta do meio-dia, os bombeiros sentiram forte cheiro em um trecho das buscas situado onde seria o primeiro subsolo do prédio.

A cadela farejadora Hope, que tem auxiliado nas buscas, entrou em ação. Depois, teve início uma escavação manual e, às 14h, técnicos do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Científica chegaram ao local. “Esse material foi levado para o IML para fazer exame de identificação da vítima”, disse o tenente Derrite.

Peritos identificam segunda vítima de desabamento de prédio em SP

Bolsão de ar

À tarde, os bombeiros informaram ter encontrado um bolsão de ar sob os escombros. Chamado de célula de sobrevivência, o espaço com oxigênio tem 8 metros quadrados e, segundo análise com câmera térmica, está a 35ºC.

Mesmo assim, os bombeiros acham difícil haver alguém vivo no local, já que se passaram 11 dias desde o desmoronamento. Segundo o tenente Derrite, os bombeiros ainda não entraram na área por haver risco de desabamento.

Agora, os trabalhos se concentram nessa área. As equipes querem, o quanto antes, chegar à célula de sobrevivência.

Buscas

O primeiro corpo foi localizado pela cadela Vasty na última sexta-feira (4) e identificado como Ricardo Pinheiro, que quase foi resgatado e acabou caindo no momento em que o prédio desabava.

Na terça-feira (8), os bombeiros localizaram o segundo corpo. Enquanto o primeiro havia sido achado nos fundos do prédio, o segundo estava na área central do terreno. Bombeiros acreditavam trabalhar no pavimento que correspondia ao sétimo andar, onde viviam os gêmeos Welder e Wender, de 10 anos, filhos de Selma, também considerada desaparecida.

Naquele mesmo dia, mais tarde, os bombeiros localizaram outros restos mortais, mas não souberam precisar se eram do mesmo cadáver ou de outra vítima. À noite, o Instituto Médico-Legal (IML) identificou que os fragmentos de ossos encontrados naquela tarde eram de um adulto do sexo masculino e foi informado que o material genético da vítima seria confrontado com DNA de parentes de desaparecidos.


Na quarta-feira (9), novos restos mortais foram localizados em meio aos escombros - ossos da pélvis e vértebras com auxílio cadela farejadora Vasty. O material foi encontrado em um terceiro local, o subsolo, diferente de onde estavam os de restos Ricardo Pinheiro e os restos mortais encontrados nesta terça-feira.

Horas depois, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os restos mortais eram de três pessoas diferentes, sendo um adulto e duas crianças. Nesta sexta, a SSP informou que um desses restos pertencia a Francisco Dantas, de 56 anos.

A polícia informou também que Artur Hector de Paula, de 45 anos, tido como desaparecido, foi encontrado foi encontrado vivo em outra cidade. Ele se apresentou à polícia nesta sexta e disse que tinha viajado para Minas Gerais para cuidado do pai, que tinha sofrido um AVC.

Desaparecidos

Os bombeiros buscam cinco desaparecidos nos escombros:

Selma Almeida da Silva, 40;
Werner, 10, filho de Selma;
Wendel, 10, filho de Selma;
Eva Barbosa Lima, 42;
Walmir Sousa Santos, 47.