Por falta de pagamento, apartamentos de 17 condomínios terão serviços elétricos suspensos. Segundo a Enel esse número deve aumentar
A Enel iniciou série de inspeções contra a inadimplência e furto de energia elétrica em 17 condomínios de luxo localizados nos bairros Aldeota e Meireles. O valor total do débito dos apartamentos passa de R$ 400 mil. Durante o procedimento no primeiro condomínio, houve confusão e ameaças.
Representantes da distribuidora de energia elétrica estiveram na manhã desta quinta-feira,15, em condomínio localizado na avenida Abolição, 2324, onde 15 dos 90 apartamentos estão inadimplentes, segundo a Enel. Durante a abordagem, moradores e o síndico do prédio entraram em conflito com os profissionais da Enel, que foram impedidos de entrar e realizar os cortes.
O argumento do síndico foi de que os profissionais não tinham autorização para entrar nas residências particulares e afirmou que as contas estavam pagas. Enquanto o contra-argumento do funcionário da Enel foi de que os medidores não ficavam dentro dos flats e que ele precisava entrar para cumprir as inspeções no condomínio.
Confusão
Uma administradora de dez apartamentos do condomínio, que pediu para não se identificar, classificou as ações da empresa como "desorganizadas". Segundo ela, a companhia arrancou dois medidores e não voltou para repô-los, mesmo depois de solicitada. Na ocasião, a senhora mostrou os papéis que constam dois meses sem cobrança. De acordo com ela, nesse período, as unidades ficaram sem os medidores, por isso não foi cobrado a taxa de serviço.
"Eles chegaram para cortar duas unidades, arrancaram dois medidores e ficaram de regularizar em 48 horas após o pagamento. Passaram dois meses e nada. Só voltaram quando ameaçamos". A administradora dos apartamentos diz que não é contra a regularização e o devedor tem de pagar.
Durante o bate-boca, o síndico mostrou os papéis de energia pagos em atraso para o representante da Enel que comandava os desligamentos. Depois de analisar, o responsável pela operação constatou que as contas apresentadas não eram dos apartamentos, mas das áreas sociais do condomínio.
Os representantes ameaçaram cortar a energia de todo o condomínio. Nesse momento, vários moradores estavam na entrada reclamando da ação. O síndico segurava várias contas de energias para mostrar que estavam quitadas, mas não permitiu a entrada dos profissionais para a realização do corte.
Francisco Queiroz, gerente de operações da Enel, afirmou que todos os moradores receberam a notificação. Segundo ele, o procedimento de corte é legal. "Nós não estamos pedindo acesso à nenhum domicílio. Estamos pedindo acesso à áreas técnicas".
Desligamentos
Ao perceber que a negociação não teria êxito, A Ene solicitou caminhão da Anel para auxiliar no desligamento da energia de todo o condomínio. Quando síndico e moradores viram que não tinham mais como impedir a realização do serviço, pediram aos profissionais para aguardarem enquanto o advogado do prédio chegava.
Ao chegar, o advogado do condomínio conversou com o funcionário da Enel e não viu irregularidades por parte da equipe que queria realizar os procedimentos de corte. O representante do prédio saiu para conversar com síndico, o gerente administrativo e moradores do condomínio. Ele retornou com a autorização para a entrada nas áreas técnicas do local.
No total, a equipe de operações da Enel realizou 15 desligamentos no condomínio. Depois de lá, seguiram para outro prédio onde 54 flats estavam em situação considerada irregular.