Educação e gentileza são fundamentais para fortalecer a boa convivência em condomínios
Um simples cumprimento pode fazer a diferença no relacionamento entre vizinhos e contribuir para um ambiente de cortesia e familiaridade no condomínio.
“Algumas pessoas acreditam que por não ter sido apresentado para fulano, não precisa saudá-lo mesmo que se encontrem diariamente. Mas é o mínimo de educação”, aponta a professora de etiqueta e turismóloga Isabel Cristina Scafuto.
Para ela, o bom convívio entre os moradores se conquista ao buscar, além de cumprir o que é determinado em Convenção e Regimento Interno, ter atitudes de gentileza.
No elevador, por exemplo, é comum os condôminos estarem apressados, mas Isabel lembra que mesmo assim devem esperar primeiramente os que estiverem dentro saírem para depois entrarem. Também não é correto “segurar a porta enquanto conversa com alguém no corredor. Outros precisam utilizar o equipamento. Mulheres grávidas e idosas sempre têm a preferência”, pondera. No elevador, “a etiqueta diz que não se deve atender o celular. Pode estar falando algo íntimo e os outros não são obrigados a ouvir”, explica Isabel.
Animais - A circulação de bichos de estimação em edifícios é outro ponto que requer bom senso. Segundo a professora de etiqueta, mesmo que o condomínio não conte com regras para o transporte deles, o ideal é que sejam levados pela porta da garagem e elevador de serviço. “Evita-se constrangimento. Existem pessoas que têm verdadeiro pavor de animais”, revela. Também é imprescindível não se esquecer de levar um saco para recolher as fezes ao levá-los para passear.
Barulho - Outro motivo de desavenças entre vizinhos é o excesso de barulho na área de lazer, pois enquanto uns querem se divertir, outros desejam descansar. Isabel alerta que, além de não infringir a lei do silêncio, que em geral é das 22h às 8h, nas churrasqueiras e salão de festas não se deve deixar o som se propagar para fora. Já os convidados não devem circular pelo prédio. “O anfitrião tem que dar as regras”, diz. O ambiente deve ficar organizado após finalizar o encontro.
As crianças devem seguir todas as regras dos adultos. “Não se pode deixá-las soltas, pois têm lugares perigosos que devem ficar distantes (como a casa das máquinas). O porteiro não tem que cuidar delas e sim da portaria”, alerta.
Obras - Nas obras, o barulho é inevitável. A regra é que sejam feitas no horário estipulado pela convenção, mas não custa “conversar com os vizinhos e verificar o período que menos os incomoda”, orienta Isabel.
Funcionários - A especialista lembra que os funcionários também devem ser tratados com gentileza, “precisam ser valorizados. São eles que cuidam de nossa segurança. É uma troca”, salienta. É importante destacar que em condomínios os colaboradores são orientados pelo síndico, por isso não cabe aos moradores chamar a atenção ou determinar suas tarefas.
A limpeza não é somente responsabilidade dos empregados, todos devem contribuir para manter a higiene no prédio. “Jogar lixo pela janela, nem pensar. É a maior falta de etiqueta e educação. Mas tem gente que ainda arremessa filtros de cigarro da sacada”, critica.
ASSEMBLEIA - Se existe um momento que a etiqueta se torna imprescindível é na assembleia. “Ouvir as pessoas é a primeira regra. Têm aqueles que adoram cortar os outros, é necessário contê-los. Lavar roupa suja com vizinho na reunião também não pode ocorrer, o ideal é se acertarem individualmente outra hora.
E também é indispensável respeitar os horários para não deixar ninguém esperar”, observa. Com essas orientações e um pouco de gentileza, a harmonia e os laços de amizades nos condomínios tendem a se consolidar.
Etiqueta profissional
Os empregados de edifícios também precisam agir com etiqueta, desde o trato com seus colegas de trabalho até os moradores. Entre os mais comuns em qualquer cartilha de comportamento está cumprimentar a todos, estar vestido adequadamente, limpo e principalmente não comentar as rotinas do
edifício com estranhos.
O gestor em cursos profissionalizantes para funcionários de condomínios, Elio Belter, em suas aulas destinadas a formação de zeladores e porteiros ensina seis regras básicas para o comportamento adequando dos funcionários:
• Lealdade: Não passar informações de condôminos para fora do edifício
• Ser discreto: Dizer somente o necessário, não falar demais nem muito alto
• Distinguir o profissional do pessoal: O relacionamento deve ser estritamente profissional
• Ser confidencial: Guardar para si os segredos que tomar conhecimento
• Não ser curioso: Evitar perguntas que não se relacionam ao trabalho
• Não fazer cumprimento indevido: Dar tapinhas nas costas, fazer questão de pegar na mão do condômino e dar beijinhos são atitudes impróprias.